Tal como a cambada Cunhalista tentou destruir a história de Portugal enxovalhando navegadores, poetas, escritores, causando o caos nas escolas, difundindo a droga e a libertinagem, também arranjou uns “historiadores” de conveniência para inventar histórias, misturando 5 por cento de verdade com 95% de mentira.
Como a ignorância se espalha como a sarna, os “historiadores” encontraram logo gente a apoiar aquilo que não conheceram.
Eu fiz um estágio no Consulado de Paris em 1959 e fui duas vezes a Champigny; uma por causa de um imigrante do Sabugal, a quem tinha feito o passaporte e ele não o foi buscar. Aproveitei para matar a curiosidade do local. Como tinha o número da barraca e ele disse que nos domingos nunca saía: aproveitava para fazer pequenos arranjos na habitação provisória e ajudar outros colegas, lá o encontrei.
Naquela altura, Paris estava a enterrar tudo o que era cabos aéreos. A meta estabelecida era um metro de profundidade por dez de comprimento. Ele chegou, por várias vezes, a fazer um pouco mais de 33 metros. Contou-me que outros amigos andavam perto dessa medida. Enriqueceu em poucos anos e regressou a Portugal.
A sua barraca era bastante cómoda. Ficou lá mais tempo, cinco meses, até entender a vida francesa e dizer algumas palavras em francês.
Eram raros os portugueses que ali pernoitavam vários meses. Era campo de passagem. As disputas ou a violência não eram significativas.
Por isso falar da vida dos portugueses que iam a salto e que passaram por Champigny inventando historietas, como a do medo da PIDE, é de uma cretinice enorme e mais uma tentativa de borrar a história. Nem a PIDE ali se deslocava, nem o Governo Francês autorizava.
Fui lá, outra vez, com o Tarzan Taborda que conheci por acaso, quando o Vice-Cônsul, João Carvalho da Silva, me perguntou se queria conhecer um patrício famoso.
O Tarzan Taborda apareceu com uma orelha deitada abaixo depois de um renhido combate de luta com outro famoso, mas que agora não consigo recordar o nome.
O Tarzan era da Aldeia de Bispo. Fizemos amizade, falou-me que gostaria de ir a Champigny, ver gente lá da aldeia e saber se alguém estava interessado em trabalhar para um francês seu amigo, a viver para os lados do Museu do Louvre.
Enquanto esteve em Paris fui várias vezes almoçar com ele. As miúdas não o largavam e eu aproveitava a fama. Até uma jovem, que vivia no mesmo bloco onde ficava situado o Consulado, apesar das minhas tentativas de ataque nunca me deu bola, quando viu o Tarzan mudou de atitude. Felizmente ele partiu no dia seguinte e eu acabei por namorar com a Michele. Um dia que a beijava nos sete céus disse-lhe: Michele és um sonho, beijas tão bem. És tão suave. Ao que ela angelicamente respondeu:
- Lá na escola, todos os rapazes dizem o mesmo.
A partir desse momento, nunca mais senti ciúmes.
Fiquemos por aqui. Ainda bem que 500 ignorantes assinaram uma petição sem ter a mínima ideia do que aconteceu para os lados de Champigny.
Deram-me oportunidade de recordar um tempo feliz em que a vida era complicada em toda a Europa. Mas havia sempre trabalho. Ninguém se lamentava, fazia greves, ou conflitos de monta.
A Segunda Guerra Mundial tinha terminado há catorze anos e nada melhor para a esquecer do que a companhia de uma mulher bonita, embalada nos sonhos do amor.
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C.S
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