As escolas têm hoje o seu maior adversário nas televisões. Enquanto umas ensinam, as outras desensinam. Enquanto umas moderam e modelam, as outras exageram e deformam. Enquanto umas propugnam pela verdade, as outras deturpam e confundem.
A escola e a televisão, em países como Portugal, deviam ser complementares. Mas sucede, precisamente, o contrário. Uma é antítese da outra.
Desde o 25 de Abril foi sempre assim. Primeiro, com os barbudos e demagogos da televisão estatal, depois com as outras duas que, para ganharem audiências, não tiveram pejo de descer ao mais baixo, ao mais vil e ao mais asqueroso.
Hoje, os canais moderaram um pouco a violência, o deboche e a libertinagem da linguagem em roda livre. Mantém a imbecilidade.
Tomemos o exemplo de ontem, dia 6 de Julho. Três canais vomitam futebol ao mesmo tempo e em horário nobre. Para eles não contam as centenas de milhares de pessoas para quem o futebol lhes diz pouco ou nada. E fizeram isto durante 2 minutos? Não. Mais de 20.
Pasma-se como estas cabeças, pagas a peso de oiro, não diversificam os tempos: uma às 20h, outra às 20h20 e outra às 20h40, por exemplo. Assim deliciavam os amantes da bola, que podiam repetir o acontecimento, e contentar os viciados nos telejornais. Mas não. As três no mesmo horário. As três apostadas na imbecilidade.
Desgraçado e infeliz país que suporta tanta asneira.
Culpam-se os Governos. Deviam culpar-se estes artistas do engano, do apoio à demagogia e ao cabotinismo.
C.S