Temos de saber como e porquê chegámos à mendicidade e à subserviência em que nos encontramos. Para o fazer teremos de recuar aos tempos loucos das promessas fáceis da 1ª República.
Salazar tirou-nos do atoleiro. Os estrangeirados e os militares voltaram a enterrar-nos na lama e na miséria mais triste e mais infame pela qual Portugal alguma vez passou ao longo dos seus 869 anos de existência como País livre. As suas fronteiras são as mais antigas da Europa. Foram fixadas em 1297 pelo Tratado de Alcanises.
Tínhamos obrigação de sermos os melhores. E fomos. Desde o 25 de Abril não passamos de um monte de palha, aos baldões, sem saber para onde nos voltar porque os políticos têm frustrado todas as expectativas. Os mais credíveis são insultados, vexados e amesquinhados pelos seus pares. O povo fica confuso. A linguagem do político astuto descredibiliza o mais honrado.
Aquilo que hoje vivemos, este hoje começa sempre a 26 de Abril, é a cópia sofisticada e mais repugnante da 1ª República.
Tal como nesse tempo os políticos encheram o povo de promessas, de liberdade, de democracia, de bacalhau a pataco. Prometeram o paraíso. Não conseguiram cumprir o purgatório. Enfiaram tudo neste inferno em que o país se encontra.
A liberdade da 1ª República foi a das prisões aos milhares, a das cargas policiais, a das mortes pela fome ou pelas saibradas. A Democracia foi quase sempre uma Ditadura feroz mas sem efeitos práticos. O povo voltava-se contra as Forças da Ordem. Muitas vezes sofreram a fúria do pé descalço e dos esfomeados que nada tinham a perder. Nunca a frase "vale mais a morte do que tal sorte" teve a sua aplicação com tanta propriedade.
Impotentes para satisfazer e dominar o povo forçaram a entrada na Primeira Grande Guerra para protegerem as nossas colónias que tanto Alemães como Ingleses se preparavam para abocanhar.
O culminar de tanto desvario dá-se, com aquilo que já era previsível: o assassinato dos políticos Machados dos Santos, António Granjo, Sidónio Pais, José Carlos Maia etc.
Cunha Leal grita desesperado: "todos nós temos culpa! É esta a maldita política! A fera que nós açulámos anda à solta, matando porque é preciso matar."
Mas Cunha Leal era como os outros, mudava de Partido como quem muda de camisa. Julgo que foi nos “Ridículos” ou no “Sempre Fixe”, não estou bem certo, que vem uma quadra sobre ele. Reza assim:
Dizem os do Governo
Mais os da oposição
O Cunha pode ser cunha
Mas Leal, isso é que não.
A instabilidade, a insegurança fez de Portugal um país envelhecido de casas e edifícios públicos a cair aos bocados. As estradas eram caminhos impróprios e perigosos. A fome acicatava os bandoleiros. Os assaltos eram constantes.
O povo e os intelectuais forçam os militares a fazer o 28 de Maio de 1926. E forçam-nos a governar em Ditadura.
Cunhal tentou o mesmo chamando-lhe Democracia direta ou Ditadura do proletariado. Mário Soares com o seu espírito santo de ouvido, o Almeida Santos, continuou a gritar liberdade e Democracia.
É assim que tudo começa. Com muita liberdade, democracia e fantasia. O exemplo da desgraçada 1ª República serviu para continuar os erros e os berros de Liberdade, Liberdade como se antes do 25 de Abril não a vivêssemos.
A mentira tantas vezes repetida surtiu os efeitos desejados. Ainda bem que o Mário, o Santos, o Otelo, o Lourenço e os capitães-coronéis podem verificar com os seus próprios olhos os erros cometidos, mas quem os paga é o povo que depois de os aplaudir, os amaldiçoa todos os dias.
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...