Terça-feira, 22 de Maio de 2012

A desgraçada 1ª República que Abril copiou

Temos de saber como e porquê chegámos à mendicidade e à subserviência em que nos encontramos. Para o fazer teremos de recuar aos tempos loucos das promessas fáceis da 1ª República.

Salazar tirou-nos do atoleiro. Os estrangeirados e os militares voltaram a enterrar-nos na lama e na miséria mais triste e mais infame pela qual Portugal alguma vez passou ao longo dos seus 869 anos de existência como País livre. As suas fronteiras são as mais antigas da Europa. Foram fixadas em 1297 pelo Tratado de Alcanises.

Tínhamos obrigação de sermos os melhores. E fomos. Desde o 25 de Abril não passamos de um monte de palha, aos baldões, sem saber para onde nos voltar porque os políticos têm frustrado todas as expectativas. Os mais credíveis são insultados, vexados e amesquinhados pelos seus pares. O povo fica confuso. A linguagem do político astuto descredibiliza o mais honrado.

Aquilo que hoje vivemos, este hoje começa sempre a 26 de Abril, é a cópia sofisticada e mais repugnante da 1ª República.

Tal como nesse tempo os políticos encheram o povo de promessas, de liberdade, de democracia, de bacalhau a pataco. Prometeram o paraíso. Não conseguiram cumprir o purgatório. Enfiaram tudo neste inferno em que o país se encontra.

A liberdade da 1ª República foi a das prisões aos milhares, a das cargas policiais, a das mortes pela fome ou pelas saibradas. A Democracia foi quase sempre uma Ditadura feroz mas sem efeitos práticos. O povo voltava-se contra as Forças da Ordem. Muitas vezes sofreram a fúria do pé descalço e dos esfomeados que nada tinham a perder. Nunca a frase "vale mais a morte do que tal sorte" teve a sua aplicação com tanta propriedade.

Impotentes para satisfazer e dominar o povo forçaram a entrada na Primeira Grande Guerra para protegerem as nossas colónias que tanto Alemães como Ingleses se preparavam para abocanhar.

O culminar de tanto desvario dá-se, com aquilo que já era previsível: o assassinato dos políticos Machados dos Santos, António Granjo, Sidónio Pais, José Carlos Maia etc.

Cunha Leal grita desesperado: "todos nós temos culpa! É esta a maldita política! A fera que nós açulámos anda à solta, matando porque é preciso matar."

Mas Cunha Leal era como os outros, mudava de Partido como quem muda de camisa. Julgo que foi nos “Ridículos” ou no “Sempre Fixe”, não estou bem certo, que vem uma quadra sobre ele. Reza assim:

 

Dizem os do Governo

Mais os da oposição

O Cunha pode ser cunha

Mas Leal, isso é que não.

 

A instabilidade, a insegurança fez de Portugal um país envelhecido de casas e edifícios públicos a cair aos bocados. As estradas eram caminhos impróprios e perigosos. A fome acicatava os bandoleiros. Os assaltos eram constantes.

O povo e os intelectuais forçam os militares a fazer o 28 de Maio de 1926. E forçam-nos a governar em Ditadura.

Cunhal tentou o mesmo chamando-lhe Democracia direta ou Ditadura do proletariado. Mário Soares com o seu espírito santo de ouvido, o Almeida Santos, continuou a gritar liberdade e Democracia.

É assim que tudo começa. Com muita liberdade, democracia e fantasia. O exemplo da desgraçada 1ª República serviu para continuar os erros e os berros de Liberdade, Liberdade como se antes do 25 de Abril não a vivêssemos.

A mentira tantas vezes repetida surtiu os efeitos desejados. Ainda bem que o Mário, o Santos, o Otelo, o Lourenço e os capitães-coronéis podem verificar com os seus próprios olhos os erros cometidos, mas quem os paga é o povo que depois de os aplaudir, os amaldiçoa todos os dias.

C.S

publicado por regalias às 06:03
link | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Janeiro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
13


24
25
26
27
28

29
30
31


.posts recentes

. Portugal, País de marinhe...

. Acredito na inteligência ...

. Todos mandam, ninguém se ...

. “Liga” perde combate na c...

. Em 146 a.C destruíram Car...

. O fim da guerra com estro...

. Estupidez criminosa alime...

. Tanto quis ser pobre, que...

. Português -Russo, 145

. Português -Russo. 144

.arquivos

. Janeiro 2023

. Dezembro 2022

. Novembro 2022

. Outubro 2022

. Setembro 2022

. Agosto 2022

. Julho 2022

. Junho 2022

. Maio 2022

. Abril 2022

. Março 2022

. Fevereiro 2022

. Janeiro 2022

. Dezembro 2021

. Novembro 2021

. Outubro 2021

. Setembro 2021

. Agosto 2021

. Julho 2021

. Junho 2021

. Maio 2021

. Abril 2021

. Março 2021

. Fevereiro 2021

. Janeiro 2021

. Dezembro 2020

. Novembro 2020

. Outubro 2020

. Setembro 2020

. Agosto 2020

. Julho 2020

. Junho 2020

. Maio 2020

. Abril 2020

. Março 2020

. Fevereiro 2020

. Janeiro 2020

. Dezembro 2019

. Novembro 2019

. Outubro 2019

. Setembro 2019

. Agosto 2019

. Julho 2019

. Junho 2019

. Maio 2019

. Abril 2019

. Março 2019

. Fevereiro 2019

. Janeiro 2019

. Dezembro 2018

. Novembro 2018

. Outubro 2018

. Setembro 2018

. Agosto 2018

. Julho 2018

. Junho 2018

. Maio 2018

. Abril 2018

. Março 2018

. Fevereiro 2018

. Janeiro 2018

. Dezembro 2017

. Novembro 2017

. Outubro 2017

. Setembro 2017

. Agosto 2017

. Julho 2017

. Junho 2017

. Maio 2017

. Abril 2017

. Março 2017

. Fevereiro 2017

. Janeiro 2017

. Dezembro 2016

. Novembro 2016

. Outubro 2016

. Setembro 2016

. Agosto 2016

. Julho 2016

. Junho 2016

. Maio 2016

. Abril 2016

. Março 2016

. Fevereiro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Novembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Agosto 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub