“Infantilismo político, passividade mal-intencionada” disse Freitas do Amaral referindo-se aos Deputados da Assembleia da República.
Julgo que 95 por cento dos portugueses lhe secundarão as palavras.
A Assembleia da República está totalmente descredibilizada. Tem Deputados em excesso, inúteis e parasitas.
As palavras do Freitas levam-me a algumas considerações:
A primeira é que o ser humano, com raras exceções, só atinge a plenitude das suas capacidades a partir dos sessenta e cinco anos.
Agarremos como exemplo o Professor Freitas do Amaral.
É um homem muito inteligente e de larga cultura. Pensa bem, fala bem, escreve bem, mas ouve mal.
Freitas rejeitava as sugestões de quem ele julgava que tinha pouca capacidade para lhas dar. Expulsou o General Galvão de Melo do Partido porque este, naturalmente e sem qualquer fim acintoso, disse numa entrevista, julgo que na RTP, que o Professor Freitas do Amaral ainda tinha muito que aprender. Tentou fazer o mesmo a outro Deputado, por este se recusar a votar contra Nobre da Costa. Não o conseguiu expulsar, porque os seus pares votaram contra. Amuado, esteve meses sem aparecer no Parlamento.
O Deputado, em causa, ficou triste porque admirava sinceramente o Freitas, e Portugal ficaria melhor servido com a sua inteligência. A política à portuguesa tinha-o desiludido totalmente.
Quando Freitas do Amaral foi candidato à Presidência da República em 1986 e teve na Primeira volta 46 por cento de votos, a larga distância de Mário Soares, Salgado Zenha e Maria de Lurdes Pintasilgo, todos os apoiantes se felicitavam. Fizeram um Jantar no Clube dos Empresários, onde os oradores foram pródigos em elogios e cânticos de vitória. Só que há sempre um surdo a estragar a festa. Levantou-se e demonstrou que o Professor Freitas do Amaral ainda não tinha ganho e podia perder. Houve um sentimento de mal-estar. O jantar acabou, não sem que o ex-deputado, a quem Freitas tinha feito um processo disciplinar e com quem estaria zangado, agarrasse no braço de Proença de Carvalho, mandatário Nacional de Freitas do Amaral, e lhe dissesse: “Proença, eu sei como o Freitas nunca perde, mas ele tem de falar comigo.”
Freitas não falou. Tanto o General Galvão de Melo como o outro ex-deputado ofereceram as armas ao adversário. O português das Beiras é frontal e amigo do próprio inimigo. Mas "quem não se sente, não é filho de boa gente.” Pode perder tudo, menos a dignidade.
Vêm estas recordações à baila por causa do "infantilismo dos Deputados, cuja passividade mal-intencionada", quer ficar a bem com Deus e com o Diabo, não se importando nem com as consequências de candidaturas falhadas, nem com Portugal, nem com as centenas de milhares de euros gastos.
Freitas, que é homem muito inteligente, saiu da casca, atingiu a maturidade. Faço votos que a conserve até ao fim da vida e continue a ter a coragem de, no momento certo, dizer ao País o que pensa, doa a quem doer.
Acima de todos os Partidos, da ignorância, dos videirinhos e da manipulação parlamentar está Portugal.
C.S
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