O exageradíssimo número de Deputados que alberga a Assembleia da República é uma das aberrações mais incompreensíveis do sistema político português.
Quem conhece, por dentro, aquela casa sabe que metade daquela gente nunca lá devia ter entrado porque não é necessária, nada mais faz do que se levantar, sentar e vaiar os adversários. Trabalho válido, zero. Mas pago a peso de ouro.
Esta calamidade vem desde o início, quando os deputados eram 262. Como 130 nada tinha para fazer, uns aproveitavam para acertar negócios através do telefone, sempre gratuito e em abundância, outros matavam o tédio no bar da Assembleia, outros conversavam dentro e fora do hemiciclo, os curiosos liam jornais, os mais cansados, de nada fazer, iam bocejando e passando pelas brasas.
Um terço dos Deputados discutia tudo ou quase tudo que não interessava a Portugal. Os protestos sobre o que acontecia nos outros países eram mais que muitos. O tempo, perdido em banalidades, era a vergonha daquele aconchego.
Mais tarde, depois de muito esforço, os Deputados foram reduzidos para os 230 actuais, o que continua a ser um exagero. Uma auditoria ao trabalho desta "massa" chegará, facilmente, à conclusão que 120 deputados chegam e sobram para se não morrer de tédio.
Admito, no entanto, que a eliminação de 50 ou 80 Deputados já é mais um passo para Portugal se aproximar do razoável e da honestidade que a Democracia deve representar.
Perante as propostas de redução de Deputados levantam-se sempre em coro, o PCP, o BE e o CDS, acusando o PS e o PSD de quererem governar sozinhos, porque ao reduzir o número de Deputados, os únicos prejudicados são eles.
Nada mais falso.
O verdadeiro prejudicado é o povo português, pelo amontoado de Deputados que a Assembleia da República amamenta e por isso, o povo, os apelida de parasitas, chulos, ladrões.
Por outro lado, não estão sempre, o PCP, o BE e o CDS, a dizer como se governa? Se eles sabem tanto e o país precisa tanto de quem saiba governar, nada mais fácil do que puxar pela sabedoria e, em eleições, mostrar ao povo que eles são os melhores e os mais confiáveis.
Não é certo que sejam eles a perder Deputados. Mostrem competência, valor, verdade, honestidade e o PS e o PSD perderão os deputados que agora lhes sobram e que irão encher os Partidos que afinal só têm Deputados porque vivem à babugem.
Se Jorge Lacão e o PS tiverem a coragem de levar a sua avante podem ter a certeza que o povo os saberá recompensar, desde que até ao fim da legislatura governem bem: cortando nos gastos supérfluos, incitando ao trabalho e comendo, bebendo e vestindo do que Portugal produz, de maneira a que o exagerado endividamento externo não acabe por transformar este paraíso num inferno para as gerações futuras.
C.S
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