A minha mãe costumava dizer que eu tinha começado a falar muito cedo porque a 1 de Agosto de 1935, quando a Emissora Nacional passou a emitir, já eu tinha três meses e ouvia rádio a todas as horas.
A programação era muito bem-feita. Desde a cultura ao entretenimento tudo estava doseado.
A Emissora Nacional aumentou todas as qualidades de minha mãe.
Antes daquele tempo, eram raras as raparigas que iam além da terceira classe, minha mãe não fugiu à regra. A Emissora Nacional estimulou-a de tal maneira que a tornou leitora de todos os autores portugueses. Lá em casa havia todos os livros de Camilo Castelo Branco e de Eça de Queirós, Joaquim Paço d’Arcos, Aquilino Ribeiro, Júlio Dantas etc. etc.
Devorava o Jornal “O Século” e o “Diário de Notícias”, e, enquanto seguia atentamente as receitas de culinária e os folhetins radiofónicos, fazia renda tirada do “Modas e Bordados”, julgo que dirigido por Maria Lamas. A sua cultura era espantosa. Em 1974 e nos anos seguintes discutia política como uma profissional. Fazia análises que me deixavam espantado.
A Emissora Nacional, sem lhe oferecer uma cultura política, tinha-a preparado mentalmente para compreender tudo quanto se passou na mudança de regime e a fazia prever, por antecipação, o que poderia acontecer.
Era muito engraçada, muito inteligente, muito trabalhadora e muito bem-disposta.
Quando eu tinha onze anos, minha mãe descia muitas vezes ao primeiro andar para apagar a luz do meu quarto. Eu lia tudo o que apanhava à mão, desde os livros infantis até aos dramas de Camilo. A sua influência e os programas infantis da Odette de Saint Maurice fizeram de mim um apaixonado pela leitura.
O meu pai era mais de livros leves. Na rádio nunca dispensava ouvir os relatos de futebol, mais pela vivacidade que Artur Agostinho punha no trabalho do que propriamente por ser adepto de algum clube, se era, nunca me apercebi por qual torcia.
Eu continuo viciado na Antena1, descendente da Emissora Nacional e, mesmo nos tempos em que o rebotalho tinha ocupado a estação e debitava os maiores dislates nunca deixei de a ouvir para entender a incompetência e o descaramento dos falantes.
Desde há três ou quatro anos, a Antena1, tem vindo a preencher os seus quadros com um escol de jornalistas que nos garantem seriedade.
Compulsando o tempo verifico que a Emissora Nacional - RDP Antena1 já me deu mais prazer, conhecimento e alegrias do que zangas que, normalmente, não silencio.
Obrigado Antena1. Parabéns.
C.S
Quando ouvi, Rui Rio, zurzir, sem piedade, Luís Filipe Meneses, tive a certeza que o assunto é tremendamente grave, para que um homem, como Rui Rio, amesquinhasse o seu camarada de Partido e colega nas direções Municipais do Porto e Vila Nova de Gaia.
Nunca achei valor ao Meneses; muita parra e pouca uva. Tipo valente quando está na mó de cima e cobarde, chorincas, bajulador e subserviente quando o tapete lhe foge debaixo dos pés.
Rui Rio é um homem frontal, é um homem à Porto. Nem cede a chantagens nem a choradinhos.
O Porto progrediu com o seu Governo. Vila Nova de Gaia não lhe ficou atrás. Mas enquanto Rio conseguiu equilibrar as contas e desenvolver a cidade, as contas de Meneses estão ao nível de muitas outras câmaras do país onde o despesismo injustificado as colocou em maus lençóis. Privilegiaram os gastos no supérfluo, no fogo-de-vistas e que, por ostentação de novo-riquismo, descuraram o essencial.
A teimosia de Meneses em concorrer à câmara do Porto ou de um Seabra à câmara de Lisboa e de insistirem em levar as suas candidaturas avante jogando com a interpretação da Lei e fazendo impor a sua vontade é um erro crasso. Tanto deles como do Passos e do Portas que os apoiam.
Meneses e Seabra contam com a fragilidade dos juízes que vão tentar não melindrar o Governo, chumbando estes dois e outros em idênticas situações, que por vaidade e convencimento concorram a outras câmaras municipais, saltando sobre os três mandatos que os inibem de continuar.
Este assunto vai ser matéria para muita prosa, muito insulto, muita galhofa e altamente corrosivo para o Governo que está proibido de errar e de marcar passo com assuntos onde ele não se deve meter, nem proteger ou dar a entender que protege. Mas o desbocado Meneses já embandeira em arco e publicita um novo banco a assentar arraiais na capital do Norte. Sinal que houve fuga de informação ou que alguém lhe deu o mote.
É certo que à falta de pão e circo, o povo tem de ser distraído com histrionices que lhe façam esquecer a deprimente miséria em que vive: a confusão instalada no ensino, o desemprego, os contratos a prazo e como passar os últimos dias do mês a pão e água.
Os Meneses e os Seabras deste país, que vivem e gastam à tripa forra, sabem que o lugar que lhes garante esse manancial, essa força e esse poder são as Câmaras Municipais por que lutam.
E Meneses e Seabra lutarão até à ignomínia, nem que para isso tenham de subverter todo o entendimento constitucional, sabujar todos os videirinhos e beijar, hipocritamente, o cu de Judas.
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...