Ramalho Ortigão no seu livro a Holanda de 1883 e publicado para a "Gazeta de Notícias" do Rio de Janeiro dizia no prefácio: - "Vacilam todas as opiniões na filosofia e na ciência aplicada à arte de governar, perante a impotência manifesta de sanar as injustiças sociais, função de uma lei natural e irrevogável - a subjugação dos fracos pelos fortes."
Vem isto a propósito do que sucede na bela e simpática Ucrânia, que um movimento de oposição poderia ter levado a descambar na terceira Guerra Mundial e o fim deste extraordinário planeta que sofre tratos de polé e se tem aguentado pela condescendência dos deuses e pela inteligência de alguns homens.
O pragmatismo de Putin evitou um grave confronto entre Viktor Yanukovich e os movimentos oposicionistas da Praça da Independência que, inesperadamente apareceram armados, mataram polícias, prenderam polícias e tudo parecia encaminhar-se para um banho de sangue de dimensões terríveis.
Putin devia ter convencido Yanukovich a recuar, não pela arrogância e bestialidade com que o Secretário da NATO se pôs à disposição do Obama para fazer o mesmo que tinha executado na Líbia onde destruiu uma nação e reduziu o povo à miséria e ao medo quando antes esse mesmo povo tinha tudo quanto necessitava para progredir desde escolas gratuitas, hospitais gratuitos, bons ordenados etc.
Obama e os Governos da Europa também compreenderam que dividir a Ucrânia à força os levaria inevitavelmente a uma guerra em que a Rússia e a China, países sensatos, nunca permitiriam.
E aqui volto a Ramalho Ortigão e à sua análise sobre os povos.
A páginas 340 e 341 do livro “A Holanda”, publicado em 1916 pela Parceria António Maria Pereira, situada na Rua Augusta, em Lisboa, ele diz o seguinte:
A Suíça é uma confederação política sem unidade de sentimento étnico, e os Estados Unidos são unicamente uma colónia universal.
Estas duas realidades são diferentes da Europa das nacionalidades e que, só a partir dos finais dos anos setenta do século passado, se começam a diluir e a desfazer quando a Internet destrói barreiras e o entendimento sobre o mundo Global e solidário se torna inteligível.
Os Portugueses, no século XVI, já tinham demonstrado essa possibilidade.
Aquilo que aconteceu na Ucrânia pode ser que seja o último grande susto para a Europa e o começo da fraternidade Universal nem que para isso a Europa e os Estados Unidos tenham de pagar este último erro desembolsando mais de três dezenas de mil milhões de dólares e deixarem de ser arrogantes para com a Rússia e para com o seu pragmático Presidente.
C.S
O grave problema deste país, desde o 25 de Abril, foi a destruição sistemática de tudo quanto era válido sem a correspondente substituição por algo melhor. Bem pelo contrário, destruiu-se e impediu-se de construir ao enganar, ao adiar, ao atamancar a novidade.
Uma das maiores infâmias que se cometeu foi com o Ministério da Educação que acabou de supetão com as fabulosas Escolas Comerciais e Industriais que tinham sido verdadeiros motores no desenvolvimento do País.
O Ministério da Educação esteve infiltrado, durante muitos anos por comunistas e, naturalmente, nas escolas valia tudo menos estudar.
A liberdade que os comunistas apregoavam não passava de libertinagem para amolecer o pensamento, destruir a vontade através dos muitos filhos que jovens tiveram, sem ter consciência daquilo que lhes acontecia porque ou tinham sido drogadas ou na euforia das farras tudo era permitido.
A única liberdade que não existia, antes do 25 de Abril, era a dirigida pela Censura aos escritos dos jornais, precisamente para não incentivar ao erro por mimetização. A outra liberdade era total.
Foram pois os jovens, as grandes vítimas dessa libertinagem.
Tinha deixado de haver regras, tal como nunca houve uma estratégia de Estado durante estes últimos quarenta anos.
O Ministério da Educação, mesmo com alguns Ministros válidos, andou aos baldões porque na engrenagem pontificava a ferrugem do infame comité comunista. O quanto pior melhor era o método.
Foi assim que centenas de alunos de medicina fizeram o curso sem saberem nada. Já aqui relatei um caso, mas posso falar sobre outro, este, uma jovem, que aflita, em 1978, me perguntava o que havia de fazer, eu respondi-lhe, escolhe psicologia que isso toda a gente sabe. Foi o que aconteceu.
Outro caso. Quando se fizeram os cursos de jornalismo. Duas das minhas colegas que estavam num seminário com o Professor Anselmo declararam simplesmente que nunca liam jornais, nem sabiam os títulos que existiam.
Elas iam ensinar o que não sabiam.
Mas isto está-nos no sangue. Os portugueses andaram pelo mundo a ensinar aquilo que nunca tinham aprendido. Os portugueses sabem por intuição, por isso…Não precisam de professores.
A um jovem, que dei boleia de carro e lhe perguntei o que fazia, respondeu-me: sou professor. Admirado, pois ele não devia ter mais de 18 anos, agarrei num livro e disse-lhe: lê.
Ao que ele respondeu naturalmente: mas eu não sei ler.
Tudo isto vem a propósito porque ontem ouvi na Antena1 às 15h25, uma reportagem de Andreia Brito sobre o Ensino Vocacional. Com o qual estou inteiramente de acordo e que é desenvolvido há vários anos em países como a França, com sucesso total. Mas que necessita de estar regulamentado para não funcionar aos soluços.
Os alunos que ouvi, o João Ramalho, o Miguel Neves, a Daniela Carreira, a Raquel Granjo, o José Gestora, a Rute Rodrigues todos elogiaram a componente prática das aulas e criticaram o ensino sempre igual das aulas do ensino regular que os desmotivava por não terem também a devida atenção dos professores.
Esperemos que sociedades industriais, tal como a SAPEC AGRO, tenham consciência que ao facilitar a prática do conhecimento, estão a garantir o futuro das próprias empresas.
C.S
A 11 de Março de 1974, um grupo de militares reúne-se com Spínola para preparar um Golpe militar.
Marcello conhece todas estas maquinações e recusa perceber a atitude de Spínola, a quem dias antes tinha oferecido o Governo.
No dia 14 há uma manifestação de apoio e lealdade dos oficiais superiores a Marcello Caetano.
Costa Gomes e Spínola não aparecem e logo no dia 16, os Militares das Caldas fazem um levantamento, que forças de Artilharia1, Cavalaria 7 e da GNR mandam regressar ao quartel.
A DGS informa Marcello de tudo quanto se passa.
Marcello está decidido a entregar o Governo a Spínola. Continua a governar normalmente e no dia 1 de Abril vai mesmo assistir ao jogo Sporting-Benfica onde é delirantemente aplaudido pela multidão.
Fica emocionado. Não sabe o que há de fazer, mas está doente. Imaginando que era melhor ser ele o sacrificado para o bem de todos, não reagiu a um pequeno levantamento, chamado pomposamente de Revolução e os militares de heróis.
A 25 de Abril quando uns carros de assalto, sem munições de destruição, saem da Escola Prática de Cavalaria, comandados por Salgueiro Maia, avançam sobre Lisboa ele não ordena que sejam travados e, calmamente vai para o Quartel do Carmo, que qualquer militar sabe que é sinal de rendição.
Aí manda chamar Spínola e entrega-lhe o poder, perante a surpresa do vaidoso General que só naquele momento teve a perceção que tinha cometido um gravíssimo erro.
O General Silvino Silvério Marques no seu livro “Portugal, e Agora?” páginas 242 e 243 afirma que os Generais Spínola e Costa Gomes tentaram convencer Marcello Caetano a aceitar encabeçar a Revolução e que ele rejeitou.
Sei o que me disse Salgueiro Maia, na casa de Hermínio Martinho, sobre o que ele pensava da Revolução e dos revolucionários. Ele não o escondia e dizia-o alto e bom som. Muitos camaradas conheciam o que pensava e por isso o tentaram calar. O povo acabou por fazer dele o único herói digno desse nome. Ele teve consciência das graves consequências do maquiavélico acontecimento, recebido naturalmente por todo o povo, e atraiçoado por indivíduos sem escrúpulos que lançaram dois milhões e trezentos mil portugueses na miséria, mais de oitocentos e cinquenta mil no desemprego e causaram mais de quatro milhões de mortos nos territórios descolonizados à pressa, depois da vergonhosa "descolonização exemplar" como lhe chamou o leviano Mário Soares.
Quanto a Marcello Caetano, o acaso fez que trocasse correspondência com ele.
Tendo escrito um artigo, no semanário "A Província", do qual era Diretor, em que o defendia, dos ataques soezes de que era vítima, recebi um bilhete dele em que me dizia:
“…Creio que é a primeira vez, desde o 25 de Abril que um jornal tem a coragem de tomar a minha defesa contra injúrias bolsadas sobre o meu trabalho ou a minha obra…”
Mais tarde, a uma pergunta minha: por que aceitou ser Primeiro-ministro, responde:
“…Foi isso que me permitiu aguentar cinco anos e meio o regime e fazer um esforço para salvar o que fosse possível, no meio da cegueira dos políticos, da recusa da colaboração dos adversários ou dos reticentes, do egoísmo dos capitalistas, da estupidez da alta burguesia, das ilusões dos intelectuais irresponsáveis, da manobra da Igreja preocupada em não perder algum comboio vindouro…”
C.S
Marcello Caetano não sabe como proceder e não deixa que as forças de segurança atuem.
As Brigadas Revolucionárias fundam o Partido Revolucionário do Proletariado.
Os trabalhadores agrícolas de Alpiarça fazem uma semana de greve.
A 24 de Novembro o Movimento dos Capitães reúne-se em São Pedro do Estoril e Melo Antunes aproveita o descontentamento provocado pelo Dec. Lei 353/73 para os incitar a fazer um Golpe de Estado, única maneira de terem as suas carreiras garantidas.
A independência das colónias vai ser pressionada por Melo Antunes, a quem Spínola, já depois do 25 de Abril, acusa de alta traição no livro “País sem rumo” página 301.
Em Dezembro, os capitães voltam a reunir em Óbidos para escolherem a Comissão Coordenadora do Golpe.
Marcello Caetano está informado de tudo o que se passa. Está cansado, está doente, não tem soluções.
As personalidades que convida para trabalharem consigo continuam a não aceitar servir Portugal.
A 22 de Dezembro de 1973, o Governo aumenta as Forças Armadas, mas, Melo Antunes, um sabujo ao serviço da URSS, e que estava referenciado nos arquivos da PIDE que desapareceram, já não deixa que a ideia do Golpe volte atrás para conceder a rápida independência às colónias como ele e Cunhal estavam mandatados para o fazer.
Os outros que atuaram da mesma maneira, o Soares, o Almeida, o Rosa Coutinho e outros menores fizeram-no por inconsciência, sem pensar nos crimes monstruosos cometidos depois da independência das colónias, apesar de Salazar e Marcello Caetano várias vezes terem referido que a Independência precipitada iria provocar grandes banhos de sangue.
Custa-me crer que o fizessem por malvadez como muitos daqueles que regressaram das colónias os acusavam.
Apesar da grave crise do petróleo, (em Janeiro de 74 publiquei o livro “Os Homens são difíceis”. Pode ser lido em www.cunhasimoes.net ) que todo o mundo atravessava e da qual Portugal sofria o impacto, mesmo assim a situação financeira é muito boa. A parte política continuava a degradar-se.
A 14 de Janeiro de 74, Spínola toma posse como Vice-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e arrogantemente afirma: “as Forças Armadas não são a Guarda Pretoriana do poder”.
Marcello Caetano tem a certeza que os militares estão em marcha. É a maneira de lhes entregar o poder.
Em 31 de Janeiro, Spínola publica o livro “Portugal e o Futuro” onde advoga a adesão à CEE, o fim da Guerra do Ultramar e a constituição de novos Estados.
Marcello Caetano manda chamar Spínola e Costa Gomes e entrega-lhes o poder.
Eles não aceitam e, dissimuladamente juram-lhe fidelidade.
C.S
Quem começou a compra dos submarinos foi o Governo de António Guterres.
Quando os súcias criticam essa compra por inapropriada, o que é verdade, mas depois se tenta assacar todas as culpas para os Governos seguintes passa-se uma esponja sobre o início do negócio como faz a barracuda Ana e todos os outros vigaristas que arranjaram aqui um motivo para esconder todos os falhanços dos Governos, como se eles só tivessem este motivo.
Foram eles que desencadearam o processo, mas nunca o mencionam.
Fingem-se virgens do escandaloso dinheiro que esportulam ao povo português e por isso o tentam esconder com assuntos que há muito deviam estar resolvidos.
A Barracuda e o Alberto insistem nos submarinos para que ninguém lhes exija que apresentem uma proposta para reduzir para metade o número de Deputados e para lhes diminuir, também para metade quanto recebem, de modo a que o salário mínimo seja aumentado.
Eles escondem o que fazem com movimentos de diversão.
Verdadeiros submarinos são esta Barracuda que, como Deputada no Parlamento Europeu, e nos ganchos onde mete o bico recebe fortunas para inventar ou esconder histórias para embalar néscios, assim como os outros que por aqui vivem e se aumentam 91,8% nos subsídios de férias e de Natal para o ano de 2014 tal como vem no Diário da República. 1ª série – nº 226 – de 21 de novembro de 2013.
O país desde o 25 de Abril tem estado entregue a um monte de sanguessugas e ao saque de que o Partido socialista é fértil e de que é exemplo o Soares da Fundação, das viagens e de tudo quanto quis.
Muitos dos estrénuos socialistas são indivíduos que entraram na política com os fundilhos das calças remendados e hoje arrotam milhões de euros desviados do povo que vive miseravelmente.
Mas a Barracuda, o Martins, o Soares, os Almeidas, os Sampaios e as outras centenas que podem ser citados, gritam um socialismo mentiroso, reles e infame que faz perder a cabeça ao mais sensato, quando autênticos vigaristas tentam fazer-se passar por gente séria, facilmente desmontável se uma auditoria às suas contas e aos seus dizeres fosse feita para mostrar que não passam de funâmbulos cansativos e ordinários.
C.S
Marcello Caetano encontra-se sem colaboradores. Pede para ser exonerado. O Presidente da República não aceita.
Em Janeiro de 1973, Amílcar Cabral do PAIGC é estupidamente assassinado, em Conakry, por um comando de militares portugueses.
Marcelo Caetano chama imediatamente o General Spínola, que era o Comandante da Guiné e mostra-lhe o seu desagrado. Spínola fica ofendido e desculpa-se que não sabia quem tinha feito aquilo.
Em 25 de janeiro, Francisco Sá Carneiro e Miller Guerra renunciam aos mandatos de Deputados.
Em Fevereiro repetem-se as manifestações anticoloniais.
Em Março dão-se pequenos atos de sabotagem nos quartéis. É preso o padre Mário Oliveira, de Macieira da Lixa.
Marcello Caetano acha que a Igreja também quer apanhar o comboio em andamento. Tem a certeza que os pequenos ataques vão continuar. Isso deixa-o desgostoso. Faz tudo para melhorar as condições de vida do povo.
Em 4 de Abril realiza-se, em Aveiro, o III Congresso da Oposição Democrática.
Em Maio, as Brigadas Revolucionárias atacam, sem receio, o Ministério das Corporações.
Os comunistas, conhecedores de todas as tentativas conciliadores de Marcello Caetano, não lhe davam tréguas e ele não tinha coragem de os mandar prender quando era gente do povo, que os políticos enganavam. Quando eram intelectuais, padres ou políticos profissionais não se importava que fossem presos, pois esses sabiam o que faziam. Eles só defendiam os seus interesses e nunca os do povo.
Quando em Junho de 1973 é recebido hostilmente em Londres pela oposição que ele tinha libertado, como era o caso de Mário Soares, e por arruaceiros pagos para gritar contra ele e contra Portugal, Marcelo Caetano ao regressar a Portugal insiste com o Almirante Américo Thomaz para que o exonere.
Mas ninguém quis ocupar o cargo. Os que estariam disponíveis não tinham capacidade para o mesmo. Mais uma vez o Presidente recusa a sua saída.
Para agravar a situação, os militares do quadro, que desejavam melhores vencimentos e promoções mais rápidas, viram publicado a 13 de Julho de 1973, o Dec. Lei nº 353/73 que permitia aos oficiais milicianos, que frequentassem um curso intensivo na Academia Militar, passarem aos quadros permanentes das armas de Infantaria, Artilharia e Cavalaria.
Os oficiais de carreira não gostaram do Decreto. Acharam que foram beliscados os seus direitos e os seus proventos.
É a partir daqui que nasce, sem ser esperada, desta forma, a revolução que vai dar, de forma atabalhoada e criminosa, a Independência das colónias sem se preocuparem nem com a situação de mais de um milhão de portugueses que aí vivia e a dos autóctones que sofreram e morreram nas guerras civis que se seguiram depois das independências.
C.S
O Professor Marcello Caetano acreditava que através das “Conversa em Família” conseguiria explicar o que estava a acontecer no País e as medidas que tomava.
Tanto Salazar como Marcello Caetano explicaram sempre o que faziam tal como hoje fazem os chamados Governos Democráticos, mas estes porque são obrigados a isso através das perguntas da Oposição. Salazar e Caetano fizeram sempre isso de livre vontade.
Como no tempo de Salazar a Televisão apareceu muito tarde, até lá serviu-se dos jornais, da rádio e dos livros para divulgar todas as medidas que considerava prioritárias para o desenvolvimento de Portugal e em benefício de todos os portugueses.
Marcello Caetano fez o mesmo, mas já utilizou a Televisão e diz-me isso mesmo numa carta que me escreveu em II.XI.1978, ao comentar o impacto das “Conversas em Família..."
“Nas minhas deslocações à província, a gente vinha à estrada para ver de perto, aquele de que conhecia a imagem (como se eu fosse um ator…) foi isso que me permitiu aguentar cinco anos e meio o regime.”
Mas as Conversas em Família caíram em saco-roto.
É, na verdade, o grande amor a Portugal e aos portugueses que apesar de cansado e doente, ele tenta tudo para que os portugueses do Continente e do Ultramar não sofram as consequências das decisões precipitadas.
O desenvolvimento do País era um facto incontestável, mas havia necessidade de uma abertura política que permitisse a formação de Partidos Políticos. Bateu a todas as portas, convidou amigos e adversários. Ninguém quis ir para o Governo para não ter aborrecimentos e porque se ganhava pouco.
Este egoísmo ia-lhes causando graves problemas depois do 25 de Abril. Muitos dos economistas, advogados, engenheiros e capitalistas foram presos e só não foram fuzilados no Campo Pequeno porque Otelo Saraiva de Carvalho estava de bom humor. Se têm sido apanhados depois de ele ter deixado de ser chefe do COPCON e depois de se ter candidatado a Presidente da República ter resolvido ser chefe de uma corja de bandidos, as FP 25 em que foram mortos 18 inocentes, talvez aqueles que recusaram a colaboração a Marcello Caetano não estivessem cá para confirmar que aquilo que digo é verdade.
Depois do susto veio a vingança. Estes senhores de estudos e saberes aproveitaram-nos calando-se, engolindo sapos, aceitando cargos em bancos, empresas do Estado, lugares de Governo, lugares de Deputados e, sorrindo sempre foram enchendo os bolsos logo que puderam sem se preocuparem com o povo que os insultou, que lhes chamou fascistas sem o serem e os escorraçava em todos os lados que os encontrava. Eles calaram-se. Foram para a Esquerda, para a Direita e para o Centro. O povo esqueceu-os, mas eles é que nunca esqueceram as humilhações e os sustos por que passaram.
A vingança serve-se fria. Hoje estes "fascistas" estão milionários, conjuntamente com os esquerdistas que os insultavam. Todos dizem defender o Povo, mas são eles que escondem e gozam os milhões que sustos, insultos e enganos, em todas as situações fazem dos Soares, dos Almeidas os homens mais ricos de Portugal enquanto o povo confuso, teimoso e ignorante faz greves, cada vez ganha menos, e vive miseravelmente.
C.S
Em Outubro de 1970, a Associação Revolucionária Armada (ARA), braço armado do PC, coloca uma bomba a bordo do navio Cunene.
Em Fevereiro e Abril de 1971 há manifestações anticoloniais. Neste ano o cargueiro português Angoche é encontrado abandonado e em chamas no Canal de Moçambique.
Investigações posteriores indicaram que o navio foi abordado por um submarino Soviético e que os seus 23 tripulantes e um passageiro de ocasião foram levados para a Tanzânia onde foram assassinados pela Frelimo.
O Processo estava na sede da DGS, devido à estreita colaboração desta polícia com os militares, mas de onde desapareceu com todos os documentos que ao PC não interessavam que fossem conhecidos.
Marcello Caetano volta a interrogar os militares sobre a viabilidade da guerra. Estes reafirmam que as populações estão com a Metrópole.
O País continua a caminhar bem economicamente, o nível de vida subiu bastante e não há desemprego.
Em Junho os comunistas da ARA sabotam as comunicações do País.
Em Julho, 60 Deputados reclamam na Assembleia Nacional, um regime de liberdade de expressão. Pretendem que a censura aos meios de Comunicação Social acabe.
Marcello Caetano hesita, não sabe o que há de fazer. Sabe que não era a liberdade de cada um andar por onde quisesse e dizer o que lhe apetecesse que os Deputados reclamavam. Essa era evidente e a liberdade total.
Desde o 25 de Abril, tanto na Assembleia da República, como em jornais, livros e palestras sempre afirmei que era mais livre em Portugal do que na França, na Inglaterra ou na Alemanha e que o podia provar. Mas a Censura nos jornais, em tempo de guerra, era essencial para que segredos não fossem divulgados.
Os comunistas percebendo que Marcello tinha retirado poder à polícia e a segurança tinha sido posta em causa, em Outubro reivindicam mais um atentado no comando da Área Ibero-Atlântica.
Em Janeiro de 1972, a ARA destrói material de guerra no Cais de Alcântara. Os ataques eram cada vez mais sofisticados e preparados com métodos que não eram muito conhecidos em Portugal.
Em Abril a ONU reconhece o PAIGC, quando viu, ilusoriamente, áreas libertadas na Guiné.
Marcello Caetano pergunta a Costa Gomes se era o momento de começar conversações para uma possível independência.
Costa Gomes assegura-lhe que a Guiné era defensável e não havia razão para quaisquer conversações.
A 15 de Maio, o Jornal “Economia e Finanças” advoga a não entrada na CEE, em virtude de, ao fazê-lo, Portugal ser obrigado a abandonar o Ultramar.
Em Julho, as Brigadas Revolucionárias destroem 15 camiões do exército destinados à Guerra colonial.
Em Setembro, Costa Gomes, Presidente da República, depois do 25 de Abril, é nomeado Comandante chefe das Forças Armadas.
A 30 de Dezembro, um grupo de católicos ocupa a capela do Rato e aprova uma moção contra a guerra colonial. O padre Alberto Neto, responsável pela capela, é exonerado das suas funções. Depois do 25 de Abril foi assassinado por um pederasta com quem mantinha relações.
Marcelo Caetano começa a dar sinais de cansaço.
Nos poucos anos que levava de Governação, e apesar da guerra colonial, o progresso era evidente.
Tinha atribuído o 13º mês aos trabalhadores rurais. A reforma para as empregadas domésticas e às profissões mais modestas. Melhoria de vida para os aposentados e instituída a ADSE para os funcionários públicos.
O que é interessante é que o progresso, em vez do agradecimento, traz a contestação.
O ser humano nunca está contente com aquilo que possui. Quer sempre mais e mais porque a sua cultura também aumentou e lhe dá outra visão da vida.
C.S
Para substituir o Dr. Oliveira Salazar, em Setembro de 1968, o Presidente da República, Almirante Américo Thomaz, escolhe o Professor Marcello Caetano.
Neste ano a URSS e os países do Pacto de Varsóvia invadiram a Checoslováquia, mataram centenas de Checos, acabaram com a Primavera de Praga e a liberalização política que Alexandre Dubcek tentava implementar.
Quando alguns comunistas descobriram que Álvaro Cunhal tinha apoiado a invasão e que o Comité Central não a condenava deixaram o Partido. Mais tarde, o Deputado Comunista Veiga de Oliveira disse que ali só ficavam os ignorantes que eram enganados com as mais infames e absurdas explicações.
No livro “Foi Assim”, Zita Seabra, que a muito custo conseguiu libertar-se do PC, confirma a desilusão de Veiga de Oliveira ao declarar que “o comunismo foi o maior embuste do século XX”.
Marcelo Caetano acaba com a polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), substituída, mais tarde pela Direção Geral de Segurança (DGS), convencido que o Povo devido às condições económicas favoráveis, ao pleno emprego e a maneira carinhosa como ele era sempre recebido fosse em que lugar fosse, podia confiar em todos.
Mas o crescimento do País, imaginado por Salazar e continuado por Marcelo Caetano teve sempre em conta primeiro, alimentar as pessoas, segundo dar-lhes emprego e estabilidade e só depois ir às outras necessidades: o saneamento básico, água em todos os lares e transportes em quantidade. Como as obras avançavam lentamente por falta de pessoal, começaram as reivindicações, que o Governo aceitava e tentava satisfazer.
Mas Marcelo Caetano minimizou os comunistas e os esquerdistas de falsas rezas e água benta. Esqueceu ainda os parasitas que viviam no estrangeiro sempre à espera do momento para aqui arranjarem fortuna farta e gorda.
Em Novembro de 1968 a ONU volta a condenar a política colonial Portuguesa. O padre Felicidade Alves é preso por incitamento contra a soberania portuguesa.
Há várias manifestações contra o Governo. Os ferroviários e os operários da Lisnave entram em greve.
Duas centenas de católicos reúnem-se na Igreja de São Domingos em Lisboa e condenam a guerra colonial.
Marcelo Caetano percebe que no meio da oposição havia a mão da Igreja e fica preocupado. Marcello Caetano chama-lhes abutres a cheirar o festim.
O Instituto Superior Técnico, devido às muitas contestações é encerrado.
Em Abril de 1969 são os estudantes Universitários de Coimbra que ocupam o átrio da Universidade. Em Junho fazem greve geral.
A ONU acirra os ânimos voltando a condenar a presença portuguesa nas colónias.
Marcelo Caetano não compreendeu a pressa em descolonizar países sem quadros e sem dirigentes capazes de conduzir os novos Estados, o que levaria fatalmente a guerras fratricidas, como aconteceu mais tarde logo que alcançaram a independência. A Independência em Angola, Moçambique e Guiné saldou-se em mais de quatro milhões de mortos e anos de sofrimento escusado.
Em Fevereiro de 1970 há mais uma manifestação contra a guerra colonial.
Marcello Caetano reúne os Generais. Todos são contra a independência das colónias, em especial Costa Gomes, que mais tarde veio a ser Presidente da República.
C.S
Em Outubro de 1964, o General Humberto Delgado desliga-se da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN) da qual era Presidente. Só tarde compreendeu que o Manuel Sertório era comunista e não confiável.
A partir desse momento a vida do General passa a correr perigo. Ainda hoje subsistem dúvidas sobre quem teria morto Humberto Delgado poucos meses depois de ter abandonado a FPLN. Casimiro Monteiro sempre negou tê-lo feito.
O País não estava calmo, mas a economia avançava segura e cada vez mais próspera.
É lançado o Plano Intercalar de Fomento com a duração de dois anos (1965-1967) tendo como principal objetivo aumentar o Produto Nacional Bruto (PNB) e a repartição mais equilibrada de rendimentos.
Em Novembro de 1965, a guerra colonial é considerada pelo Conselho de Segurança Europeu, uma ameaça à paz mundial.
Desde os Estados Unidos à Suécia Todos auxiliavam grupos terroristas que massacravam populações indefesas.
Em 1966 foi inaugurada a Ponte Salazar que depois do 25 de Abril mudou de nome.
Em 13 de Maio de 1967, Paulo VI visita Fátima. Salazar fica furioso. O Papa tinha recebido os representantes dos Movimentos para a Independência das Colónias.
Salazar não confiava na Igreja nem nos seus agentes. Achava-os hipócritas e subservientes.
Palma Inácio e os seus comparsas assaltam a Agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz em nome da Liga de Unidade e Ação Revolucionária (LUAR). O dinheiro roubado e gasto nos bares e boîtes de Paris acabou por denunciar os gatunos e Palma Inácio Foi preso pela polícia Francesa.
Em Maio de 1968 é posto em execução o Terceiro Plano de Fomento ou de desenvolvimento. Os objetivos destes Planos de Fomento eram o aumento da produtividade do trabalho, a repartição do rendimento de uma forma igualitária, assim como a correção progressiva dos desequilíbrios regionais.
Em Abril os pescadores de Matosinhos entram em greve. Em junho a carris faz o mesmo.
Em 3 de Agosto de 1968, Salazar, estava a passar férias numa ala do Forte de Santo António do Estoril. Estadia que pagava escrupulosamente do seu bolso.
Ao sentar-se numa cadeira de lona, uma das travessas soltou-se e ele cai desamparado, batendo com a cabeça no chão. Nunca mais ficou bom. Faleceu dois anos depois.
Recordo só uma das frases de Salazar para mostrar quão diferente ele era dos políticos dos nossos dias e por isso mesmo tinha conseguido arrancar o País da miséria, do caos e da bancarrota em que a Primeira República o tinha lançado. Quando morreu deixou um país rico, feliz, próspero e seguro:
“Devo à Providência a graça de ser pobre. Hei de virar e sacudir as algibeiras antes de deixar o poder. Dos meus anos aqui passados, nem sequer levarei a poeira.”
C.S
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