Todos temos azar quando não sabemos usar a cabeça.
Felizmente vi subir na vida muita gente que, quando nasceu não tinha onde cair morta.
Gente miserável, cujos pais tinham saído da Primeira República muito mais pobres do que, quando tinham nascido.
Muitos desses miúdos foram meus colegas na escola primária (hoje ensino básico) e eram tão ou mais alegres do que eu no esquecimento que as brincadeiras na escola ou as reguadas do professor José Manuel Landeiro faziam desaparecer.
Às vezes o professor dizia-me: lembra à tua mãe que a Caixa Escolar está pelas almas. No dia seguinte trazia-lhe um envelope que ele multiplicava por aquele ou aqueles que tinham necessidades.
Alguns desses meus colegas conseguiram por insistência do professor e do padre frequentarem as Escolas Comerciais e Industriais. Muitos entraram na função Pública e chegaram ao topo das carreiras.
Infelizmente, a loucura a seguir ao 25 de Abril, acabou com essas escolas que formavam gente altamente especializada tanto para o comércio como para a indústria e naturalmente para a Administração Central.
Julgo que o próprio Presidente da República e o ex-ministro Medina Carreira saíram destas escolas cujos crânios Abrilistas fecharam porque eram escolas para pobres.
A estupidez e a demagogia transformaram este país no esqueleto em que hoje se encontra.
Mas o azar português só dura enquanto quisermos.
É escusado gritar contra a situação em que nos encontramos se não metermos mãos à obra e sermos nós a resolvê-la.
No outro regime bastava escrever uma carta ao Presidente Américo Tomás e indicar concretamente onde gostava de trabalhar para ter sempre uma resposta positiva. Mas nem era preciso. Havia mais trabalho do que gente.
Nos dias de hoje voltamos a ver gente agarrar-se aos santos e santas, a fazer promessas e a cair no desespero porque nem o sagrado nem o profano os ouvem.
Os santos só ajudam a quem se ajuda.
Quando é que alguém, sem trabalho, deixa de o ter se quiser trabalhar? Se isto não fosse assim como explicar a quantidade de imigrantes que todos os dias entram neste país e passado dois ou três dias depois de aqui chegar já trabalham, mesmo não sabendo uma palavra de português?
O azar de Portugal ter maus políticos não impede que continue a ter gente inteligente e trabalhadora.
Tire uns passeios de pensamento: olhe a natureza, mergulhe na imensidão do mar, delicie-se com a beleza à sua volta e pense, pense sempre a maneira de arranjar emprego e os caminhos que deve trilhar para acabar de vez com a tristeza e com o azar.
C.S
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