O trabalho e profissionalismo dos funcionários foi reconhecido por Nevzat Aydin, ao vender a empresa turca Yemeksepeti, fundada há 15 anos e especializada em entrega de refeições. Distribuiu por 114 empregados 25 milhões de euros recebendo cada um 215 mil.
Este acto trouxe-me ao pensamento como os portugueses gostavam de trabalhar no Estado Novo e continuam porque isso lhes dá prazer.
Vinha a magicar no assunto quando encontrei o meu amigo José Bento que tem 92 anos de saúde e boa disposição.
Durante muitos anos trabalhou na CP. Adorava a Companhia. Foi Revisor e Condutor.
- Éramos orgulhosos do serviço bem feito. – Diz ele – Nunca discutíamos se ficávamos mais tempo ou não. Ficávamos o tempo que fosse preciso sem estarmos a pensar em receber horas a mais. Sabe, era outro tempo, não havia tantas distrações. A distração era o trabalho e isso tornou-se um hábito.
- E não se cansava, a esposa não dizia nada?
- Nunca me cansava. E a mulher, desde que chegasse a horas para o jantar já ficava satisfeita. Ela tinha a lida da casa, ouvia a rádio e regulava-se pelo sinal horário da Emissora Nacional. Tudo correu sempre bem.
- Mas os ordenados eram baixos.
- Sim. Eram baixos, mas o custo de vida também não era alto e, tanto eu como a mulher, nunca fomos de gastar, sempre deu para comer e para educar os filhos.
- Há quantos anos está casado com a D. Rosário?
- Sessenta e quatro.
- Alguma vez esteve doente?
- Quem trabalha, pensa lá em doenças! Só quem pensa em doenças adoece ou faz que adoece para ir até ao hospital conversar com as amigas, depois acabam mesmo por adoecer. Os médicos descobrem sempre qualquer coisa para não lhes faltar clientela.
- Depois de se ter reformado dos Caminhos de Ferro continuou a trabalhar na Drogaria Popular, onde a D. Rosário já dirigia o negócio.
- O que é que havia de fazer? É o trabalho que nos mantém vivos.
- A seguir montou uma livraria, a D. Rosário passou para lá e o senhor ficou aqui para discutir futebol e vender tudo o que uma Drogaria pode ter. É por isso que as pessoas não dizem Drogaria Popular e conhecem a casa do Zé Tem Tudo.
O senhor José Bento ri-se feliz e responde:
- Posso garantir-lhe que vale a pena trabalhar. Agora habituaram-se a choramingar e a não procurarem trabalho porque o Governo garante subsídios. Veja o estado a que isto chegou! Ainda ontem li num jornal que Portugal, dentro de poucos anos, pode perder três milhões de habitantes. Isto tem algum jeito? São as pessoas que fazem a riqueza dos países!
Não resisti a relatar a conversa, para se compreender como os tempos mudam e perceber porque Portugal é o terceiro país do mundo, a seguir ao Japão e à Itália que tem mais velhos rijos e saudáveis.
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...