Sem dinheiro não há boa cara nem boas palavras para ninguém.
Sócrates, entre 12 de Março de 2005 e 21 de Junho de 2011, foi senhor absoluto de um país que fustigou, muitas vezes, com palavras duras, desagradáveis e impiedosas.
A Democracia é isto mesmo. O povo diz-lhe o que lhe vem à cabeça, os políticos ouvem o que não querem e engolem a seco. Alguns vomitam.
O Sócrates nem sempre vomitou o desaforo e chamou os prevaricadores a tribunal por ofensas ao seu estatuto. Uma das vítimas foi um professor de inglês, Fernando Charrua, que foi suspenso das suas funções por ter comentado a licenciatura de sua eminência. Mas se ouvisse, só um milésimo dos insultos a sua excelsa pessoa, dois terços de Portugal estavam no xelindró.
Na altura da aceitação pela Assembleia da República do casamento entre os invertidos, nunca ouvi tanto palavrão, alguns que acrescentei ao meu contido vocabulário quando os assuntos não são para palavreado fácil.
Nessa altura muitos comunistas também abandonaram aquele Partido de salafrários que votam sempre contra tudo o que beneficie Portugal, mas não desperdiçaram o momento para enterrar Sócrates votando a favor de um casamento de imperfeitos que provocam a Natureza não a querendo alimentar e preferem os casamentos contra natura.
Outro assunto que também causou muita perplexidade foi o desmoronar do BPN e de tudo quanto o Governo Socialista fez para absorver os estragos e não causar alarido nas praças estrangeiras.
A desconfiança dos portugueses foi tanto maior quanto viu neste caso a união sagrada entre socialistas e sociais-democratas para que o assunto ficasse em família e nem uns nem outros tugissem nem mugissem.
A queda abrupta de Sócrates e o fascínio francês processou-se ainda enquanto Passos tomava conta do Governo, desde 21 de Junho de 2011, contra a vontade e raiva resmungada da Ferreira Leite que sempre achou Passos incapaz e inculto. Mas o Passos depressa aprendeu e esforçou-se para ganhar o fato de estadista.
Para compreender a Troika teve o apoio do Gaspar e do Álvaro e juntou-lhes o Portas que sabe mais de política do que estes três anjos.
O escândalo do BES, tal como o do BPN, fez que Passos passasse as passas do Algarve e, ou bem muito me engano, ou mais cedo ou mais tarde fará implodir o PSD e o PS por proteção indevida aos seus acionistas, aos barões de um e de outro Partido com chapéu-de-chuva na cúpula, mas que deixa verter águas e desmaia em lugares pouco convenientes.
Portugal foi sempre tratado como coutada de governantes com exceção de Oliveira Salazar, o único impoluto, num país de compadrios e de bons e honestos corruptos que não resistem a enganar o povo.
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C.S
Desde 1962 que a CEE tentava que Salazar chegasse a acordo para a entrada no clube dos ricos. Mas Salazar, que nasceu pobre, desconfiou sempre da esmola por ser demasiado grande e oferecer boa vida, campos incultos e barcos em terra. Resistiu sempre à tentação. Todos os indicadores falhavam o objetivo: não garantiam mais prosperidade a Portugal. Preferiu dar passos seguros em direção ao futuro.
Cavaco, assente no poleiro desde 16 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, deslumbrado com os 9 milhões que chegavam fresquinhos, todos os dias e que entre 1986 e 2011 atingiram os 80,9 mil milhões, resolveu aplicá-los em autoestradas, centros de congressos, rotundas, hospitais, pavilhões, tribunais, parques industriais, aumento na quantidade de funcionários públicos e aumento de respetivos salários.
António Guterres chamou-lhe política do betão e simpatia. Mas ele que no galinheiro de São Bento também assentou arraiais de 28 de Outubro de 1995 a 2 de Abril de 2002, seguiu a mesma política despesista. Quando viu a quantidade de disparates que tanta gente inteligente tinha cometido, cansado, destroçado, derrotado não teve mais que lançar o grito lancinante dos falhados ao não conseguirem governar Portugal porque não conseguem entender o povo. Gritou de lágrimas nos olhos “Demito-me para evitar que o país caia num pântano político!”
E o homem foi pregar para outra freguesia.
Foi pregar para o mundo. Foi escolhido para Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, onde a sua ação tem sido altamente meritória e reconhecida e louvada em todos os países.
Seguiu-se ao António Guterres, entre 6 de Abril de 2002 e 17 de Julho de 2004, o José Manuel Durão Barroso que, numa visita rápida aos cantos da casa, percebeu que não tinha ponta onde lhe pegar. Dinheiro ainda menos.
O país estava de tanga. A sua boa estrela acenou-lhe com um lugar na Comissão Europeia. Durão agarrou-o com as duas mãos. Sampaio aliviado assinou o despacho.
Muitos pensaram que Durão ia dar tanga como Presidente da Comissão Europeia. Erro absoluto. Foi uma dos melhores Presidentes que por lá passou. Sinal do sucesso: as condecorações que recebeu de muitos países.
É o destino de Portugal e dos Portugueses dirigir o mundo amando-o e entregando-lhe toda a sua inteligência e toda a sua capacidade de trabalho.
Sucedeu a Durão Barroso, Santana Lopes, entre 17 de Julho de 2004 a 12 de Março de 2005. Nem conseguiu aquecer o lugar. Foi despejado pelo democrático Jorge Sampaio que assim abriu, mais uma vez, o caminho ao socialismo, que tantos milionários tem produzido entre os grandes do Partido, naquela irmandade de gente dúbia e pouco confiável.
E o povo? Contínua de tanga e a bater palmas.
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