Estou convencido que dentro de poucos anos só irá trabalhar quem quiser. E não estou a brincar. É mesmo a sério.
Eu sou viciado no trabalho. Qualquer trabalho, desde o mais simples ao mais complicado dá-me muito gozo.
Não descurando as viagens e outros prazeres, o trabalho sempre me segurou à vida para melhor a compreender e desfrutar.
É verdade que, se não tivesse tanto trabalho, já teria acabado um livro que rebola há quarenta anos com os relatos dos sucessos e insucessos de uma vida à procura da resposta, por que nela entrei.
Trabalhando, estudando, viajando, rindo e sofrendo; mas sempre trabalhando, estudo-me a mim e aos outros. Mas ainda não compreendi por que nos encontramos num Universo sem princípio nem fim, e a nossa origem.
Com tantas perguntas e trabalho, tenho o tempo todo preenchido. Se mais tivesse, mais tinha onde o aplicar.
Ao ouvir que nos Centros de emprego há mais de 30 mil vagas à espera de outros tantos desempregados, disse para mim: Há qualquer coisa que me escapa. Se os portugueses não ocupam as vagas é porque eles sentem já o cheiro desta Europa do futuro, sem guerras, prosperidade e muitos substitutos mecânicos que garantirão boa vida, salário elevado, estudo e pensamento para usufruir o jardim das delícias.
Em outros países, como a Holanda e o Canadá, os jovens depois dos 18 anos e cursos terminais recebem um subsídio que lhes permite tornarem-se independentes dos pais e poderem viajar para outros países.
Ainda há tempos uma mãe Canadiana criticava o Governo por estas mordomias. Por esse motivo a filha tinha-se desviado dos seus conselhos.
A jovem foi presa em Portugal e acusada de ser correio de droga. (Do livro "Visitas ao Poder" de Maria Filomena Mónica - Quetzal Editores). No final - penso eu - o Juiz sensível aos argumentos, à dor de mãe e à juventude absolveu-a.
Não sei quando as benesses chegarão a Portugal. Quando quis explicar a um Conselho de professores que, mais cedo ou mais tarde, as Escolas portuguesas seriam lugares de brincadeira e de aprendizagem, caiu o Carmo e a Trindade. Voltei-lhes as costas. Nunca tive paciência para burros obstinados.
Os 30 mil postos de trabalho vagos estão à espera de 30 mil imigrantes tal como fazem os Ingleses ou os alemães com os refugiados. Ensinam-nos a trabalhar e fazem dos seus próprios países o Éden.
Um dia todos os povos do mundo terão a possibilidade de fazer o mesmo.
Veremos se é assim ou se eu estou a viver de ilusões.
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C.S
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