O português nunca lidou bem com as facilidades. Desleixa-se, desinteressa-se, torna-se um ser normal e sem interesse. Nas dificuldades ultrapassa-se. Inventa soluções, trabalha noite e dia se for preciso.
Os Governantes têm os cidadãos mais doceis e amáveis se eles próprios derem o exemplo e mostrarem autoridade.
Lembro-me que fui para o 27 curso da Mocidade Portuguesa, logo que o meu amigo José Cabaço Neves me desafiou. Eu que ia sempre passar parte das Férias Grandes a Espanha, aceitei imediatamente. Queria que alguém me metesse na ordem. Pensei que na Mocidade Portuguesa, os dirigentes o conseguiriam. Melhorei um pouco, mas precisava de mão mais forte.
Os portugueses têm sangue na guelra, a ação, o movimento, as dificuldades excitam-no. Foi assim que descobriram dois terços do mundo desconhecido e se misturaram com os povos africanos e americanos para trabalhar lado a lado.
A situação, que neste momento estamos a viver não é agradável, mas ultrapassável.
Todos têm de respeitar regras para que o invisível não nos cause problemas e nos obrigue a estar uns dias de cama. Parar é morrer.
Experimente tirar partido da imaginação escrevendo sobre a sua vida ou fazendo bons poemas para canções, não coisas balofas.
Se prefere o trabalho braçal, aproveite para tirar partido da terra e semear o que mais gosta de comer.
Não pode parar e ficar a magicar nos azares da vida.
Sorria, mesmo com a máscara colocada. Você vale muito mais do que pensa. Vamos! Arregace as mangas que o mundo ainda não acabou. Você pode ficar na história, Portugal agradece.
Anterior “A inconsciência pôs em perigo a vida em Portugal”
C.S
Depois de meses a viver o sacrifício do confinamento, alguns cidadãos não respeitaram os avisos da Ministra da Saúde Marta Temido, da Diretora-Geral Graça de Freitas e de todos e repetidos avisos na Comunicação Social para respeitarem as regras e assim evitarem ser contaminados e multiplicarem a contaminação de maneira perigosa.
Portugal que era o país mais seguro da Europa para passar férias, passou a mais inseguro. A Dinamarca encarregou-se de espalhar a notícia e proibir a entrada de Portugueses no seu território. O prejuízo vai ser enorme e as mortes, se crescerem ao ritmo da contaminação o desastre vai ser total.
E tudo isto acontece por teimosia e arrogância do Partido Comunista ao garantir que, com vírus ou sem vírus, com regras ou sem regras a Festa do Avante se irá realizar, a seguir os Sindicatos fizeram a festa do Primeiro de Maio, ultrapassando todas as proibições. Ninguém os chamou à pedra. Automaticamente os mais incultos pensaram que podiam fazer o mesmo. O resultado está à vista e a catástrofe também.
Nesta Democracia de fancaria em que temos vivido, o povo vai aprendendo e morrendo à sua custa.
A liberdade total não existe para se poder evitar erros graves como o que está a suceder.
Os Governos têm de impor a sua autoridade para defender todo o povo. Não compreender isto é pactuar com a demagogia e fazer o enterro de cultos e incultos. O vírus também é muito liberal e muito democrático, não faz distinções entre pobres e ricos.
Anterior “A economia sempre no pensamento de Salazar”
C.S
Salazar, numa situação muitíssimo pior que a dos nossos dias, conseguiu levantar Portugal. É aquilo que agora temos de fazer.
Ontem, só não concluí o trabalho do Professor Salazar porque havia uma sugestão importante a fazer a António Costa e a Marcelo. Os portugueses não podem perder a cabeça em tempo de aflitos.
Salazar, continua a preleção sobre o que fazer para nada falhar.
“A quem haja meditado os princípios fundamentais da Constituição Política e das nossas leis corporativas e haja seguido a sua realização gradual e tenha atentado na orientação da política económica mantendo-se a todo o transe os princípios de liberdade, quando vários países cada vez se fecham mais em exaltados nacionalismos e mais atentados praticam contra a liberdade alheia; a quem tenha apreendido com rigor os princípios que se puseram em prática no organizar certos ramos de produção: a Federação dos Produtores de Trigo, o Consórcio das Conservas, a Casa do Douro, os Grémios de Exportadores de Vinhos, a Comissão Reguladora do Comércio e Importação de Arroz, para não citar senão os que trabalham em mais largos campos de ação; a quem tenha acompanhado a fé com que se tem prosseguido a organização, aliás facultativa, dos trabalhadores, desde o operário rural aos empregados e aos que se ocupam nas profissões liberais; a quem, finalmente, tenha visto o cuidado com que se procura ressalvar, em favor do Estado, a autoridade e a força para definir e realizar o interesse nacional; não terá decerto passado despercebido que as mesmas dúvidas foram postas, e sentidas as mesmas dificuldades, mas um caminho foi aberto para a sua resolução.
Operamos com prudência e segurança uma transformação profunda na essência e na orgânica do Estado, fazemos da vida económica elemento da orgânica política; pomos o trabalho, seja qual for a sua forma, entre os conceitos básicos da nova vida social e fazemos guerra a todos os parasitismos, a começar pelo da Administração Pública; pretendemos ordenar a economia nacional, salvaguardando a iniciativa privada, mantendo a benéfica concorrência dos produtores nacionais entre si, e destes com os de países estrangeiros; tendentes à organização de todos os interesses para sua defesa e valorização, mas queremos o Estado suficientemente digno e forte para não ser corrompido por eles, para não lhes permitir que abusem da sua força e para os coordenar em ordem à realização conveniente dos fins superiores dos indivíduos e da Nação”.
Anterior: “Políticos oiçam a Antena Aberta, de ontem, na Antena1”
C.S
O Primeiro-Ministro António Costa e o Presidente Marcelo têm de estar muito atentos.
O vulcão começa a dar sinais preocupantes. O programa de ontem da “Antena Aberta”, que deve ser o que maior audiência tem, mostrou como a revolta surda e altamente perigosa está a evoluir em Portugal.
Há cem anos, António Granjo, ex-Primeiro-Ministro e Machado Santos, a quem se deve a implantação da República, foram barbara e selvaticamente assassinados. Tinham sido avisados por Cunha Leal. Não acreditaram. Hoje em dia só não vê a miséria quem não a sofre.
A bonomia dos portugueses é verdadeira. Mas 46 anos de mentiras e enganos é demais.
O País evoluiu, é verdade. Teria evoluído muito mais se os políticos olhassem o povo com seriedade. O mal é que os eleitos esquecem imediatamente os seus deveres quando se apanham no galarim.
Na Assembleia da República, sempre que lhes lembrava que o povo é que sofria quando os Deputados perdiam tempo a querer governar outros países com votos de protesto ou de apoio, tentavam ridicularizar-me. Nunca me impressionei nem com a ignorância nem com a petulância, deixei a casa do riso e da inconsciência.
Quando ontem ouvi a Antena Aberta fiquei altamente preocupado. O País pode reverter a situação.
António Costa e Marcelo oiçam o programa e não facilitem a desgraça.
Anterior “Despotismo do dinheiro e dinheiro ao serviço do trabalho"
C.S
“A Organização Corporativa libertará o trabalho do despotismo do dinheiro e levará o dinheiro a servir modestamente o trabalho.”
E o Professor Oliveira Salazar continuou:
“Como manter o Estado ao abrigo da corrupção plutocrática e as forças do trabalho ao abrigo das suas prepotências?
É fácil a corrupção onde a responsabilidade de poucos é substituída pela irresponsabilidade de muitos.
Os regimes democráticos prestam-se mais que nenhum outro a compromissos, entendimentos, cumplicidades abertas ou inconvenientes com a plutocracia…
A forma mais fácil de manter o Estado ao abrigo da corrupção plutocrática é não ter de ser corrompido…
Que o Estado seja tão estranho aos interesses de cada um, como atento aos interesses de todos.”
Salazar faz mais uma chamada de atenção.
“Mal vai quando um grande negócio, lucros avultados, especulações, preços, importações, encomendas, licenças, direitos dependem do parecer de uma Repartição pública ou da assinatura do Ministro. A simples suposição dos particulares envenena a administração…
Quando sobre os interesses da produção discutirem, lado a lado, os grandes e os pequenos produtores; e a massa operária organizada puder fazer ouvir a sua voz então ver-se-á que o plutocrata não tem já lugar para si e para os seus negócios.
A Organização nos seus diferentes ramos e aspetos terá libertado o trabalho do despotismo do dinheiro, e terá levado o dinheiro a servir modestamente o trabalho.”
Anterior “Regime Corporativo evita o pior capitalismo e a corrupção”
C.S
A Primeira República deixou Portugal sem ponta onde lhe pegar. Salazar que tinha saído de uma família pobre, entrou num Seminário, seguiu a Universidade e acabou por chegar rapidamente a Professor Catedrático. Como apontava os erros que os Governantes cometiam e o povo era o maior prejudicado, foi expulso do ensino.
Os Militares ao derrubarem a Primeira República em 28 de Maio de 1926, chamaram-no. Ele analisou o que devia ser feito para socorrer o povo. A Ditadura Militar não concordou e ele regressou a Coimbra.
Em 1928 voltaram a chamar o Professor. Ele pôs o plano em marcha.
Portugal era desprezado por todos os outros países da Europa e considerado um país de maltrapilhos. Não havia estradas, havia caminhos lamacentos no Inverno e poeirentos no Verão. O comboio era o único meio de transporte mais fiável.
Salazar, nos primeiros quatro anos como Ministro das Finanças, estudou todas as possibilidades para recuperação do país. Poupou em tudo o que podia poupar. Ele próprio dava o exemplo.
E todos poupavam. Ricos e pobres.
O País progrediu perante o espanto dos Militares. Convidaram-no para Presidente do Conselho, Primeiro-Ministro, em 1932. Em 1933 sai a Constituição que garante a todos os mesmos direitos e deveres.
Em 1934, Salazar que tinha estudado profundamente todas as classes sociais e a maneira de as conduzir em paz e progresso encontra, no regime Corporativo aquele que melhor poderia servir Portugal.
Um dos maiores problemas, segundo ele, eram os Plutocratas.
Plutocrata é o indivíduo muito rico e que normalmente influencia os Governos dos países através da grande riqueza e dinheiro que possui, acabando sempre por contaminar o poder.
Salazar explica, em linguagem simples, para o povo entender que tem de estar atento, sem ser violento.
“O plutocrata nem é o grande industrial nem o financeiro. É uma espécie hibrida, intermediária entre a economia e a finança: é a <flor do mal> do pior capitalismo:
Na produção não lhe interessa a produção, mas a operação financeira a que pode dar lugar.
Na finança não lhe interessa a regular administração dos seus capitais, mas a sua multiplicação por jogos ousados contra os interesses alheios. O seu campo de ação está fora da produção organizada…não conhece os direitos do trabalho, as exigências da moral, as leis da humanidade.
Se funda uma sociedade é para lucrar <apports> e passá-la a outros; se obtém uma concessão gratuita é para a transferir já com um valor; se se apodera de uma empresa é para que esta lhe tome os prejuízos que sofreu noutras.
Para tanto, o Plutocrata, age no meio económico e no meio político sempre pelo mesmo processo; corrompendo.
Estes indivíduos, a quem alguns também chamam grandes homens de negócios vivem precisamente de três condições:
A instabilidade das condições económicas.
A falta de organização da economia nacional.
A corrupção política.”
Anterior “Portugueses sujeitos à escravatura da estupidez”
C.S
A diferença entre Salazar e a maioria da tropa fabdabga que governou Portugal depois do 25 de Abril é que Salazar era um Homem inteligente e honesto e os destes 46 anos não passam de garotos inconscientes, salvo raríssimas exceções.
Podem contar-se por uma só mão e ainda sobram cinco dedos.
Não há ninguém que não esteja preocupado com a situação do País, à miséria que todos podem observar e ouvir as queixas de gente a cair de fome. Mas a escravatura da estupidez contínua. Em vez dos bens essensciais, insiste-se no supérfluo, no acessório, na parvalheira, na ignorância dos politiqueiros que fazem estátuas, piscinas, campos de futebol em vez de pensarem no essencial, de aproveitarem os dinheiros dos organismos de Estado para criar postos de trabalho, hospitais, creches, escolas gratuitas para que o povo possa beneficiar de bens que serão sempre uteis e rentáveis.
Os anti racistas que pintaram a estátua do Padre António Vieira fizeram-no por ignorãncia O Padre António Vieira foi o maior opositor ao racismo. Pela sua atitude, teve vários problemas, mas nunca desistiu da sua luta em favor dos Índios e dos negros.
Os que mancharam a estátua, não têm culpa. Quem tem culpa é quem gasta o dinheiro que vem dos impostos e de Bruxelas, no supérfluo em vez de abrir escolas e não obriga a frequentá-las.
Ou a Democracia proibe, proíbir o ensino, a cultura e o conhecimento para que tipos instalados o delapidarem a fazer estátuas em vez de fazer Homens?
Ontem relembrei duas frases de Salazar que, em suma, dizem isto:
“A administração pública tem de ser tão estranha aos interesses de cada um, como atenta aos interesses de todos.”
Só estas duas frases são um programa de Governo. Ele seguiu-as integralmente. Morreu pobre, mas deixou um País rico, organizado e com um crescimento acima dos 6,5 por cento ao ano.
Os políticos preferem que a ignorância coma o povo. Preferem um povo ignorante e pedinte a um povo ilustrado e próspero. Preferem que o povo chafurde nos atoleiros de programas sem ideias válidas do que lhes sugerir programas como o de ontem dos “Radicais Livres” ou o de sexta-feira às 10, "Geometria Variável" ou os discursos do 10 de Junho.
Os politiqueiros preferem os ignorantes para não lhes colocarem perguntas inquietantes. E preferem-nos para os sujeitar à verdadeira escravatura, à escravatura da estupidez.
Anterior “Portugal em pandemia viral desde que chegou Cunhal”
C.S
O vírus visível passou a invisível sempre por culpa dos políticos e dos militares que protegeram e protegem os causadores pela hesitação que ainda existe em Portugal.
Isto é tão grave e tão obsceno que fecham os olhos a crimes públicos, quando autocarros, vindos de todo o país, para o Partido comunista mostrar a sua força, que não é nenhuma, para celebrar o 1º de Maio e infetar uma cidade, quando era proibido circularem pessoas entre concelhos.
Este é o exemplo que toda a gente conhece por terem assistido, através das televisões ao violar público das proibições. Automaticamente deu origem a um aumento da pandemia que incansavelmente, Marta Temido e Graça Freitas tentam evitar.
Uns falam em corrupção, outros em Esquerdas loucas. Para mim é pura estupidez e o mais ignóbil da política montada pelo repulsivo Cunhal.
Salazar foi claro:
“PARA A POLÍTICA E PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, O ESTADO TEM DE SER TÃO ESTRANHO AOS INTERESSES DE CADA UM COMO ATENTO AOS INTERESSES DE TODOS.”
O cumprimento integral do que afirma levou a que Portugal saísse da execrável miséria em que estava mergulhado pelos erros, greves constantes e sucessivos golpes dos políticos da Primeira República, 1910-1926.
Para os políticos, a chegada de Cunhal em 1974 e toda a infâmia praticada pelos lacaios comunistas às suas ordens foi a oportunidade para dissiminarem, protegerem e aumentarem os seus interesses.
A corrupção subiu mais de 95%.
O Primeiro-Ministro, Palma Carlos e o Presidente da República Spínola demitiram-se passados poucos meses. O país ficou entregue ao bando, que espalhou a virose, durante o PREC, 1974-1975 e nunca foi totalmente erradicada.
Os atos praticados estão documentados. Os muito escabrosos tentaram ser apagados pelo multimilionário Soares ao indultar os assassinatos de 18 vítimas. Ninguém esquece. Está tudo registado.
O chefe da Seita foi o mesmo comandante do COPCOM, aquele que queria meter toda a gente no Campo Pequeno, e entregava ordens de prisão em branco, para que os broncos, que o serviam, pudessem prender quem entendessem. Otelo Saraiva de Carvalho serviu o pior que havia em Portugal e apadrinhou roubos de um milhão e duzentos mil hectares de terras, que ficaram ressequidas até ao osso.
Soares não se importou da humilhação dos juízes e da fragilidade em que colocou a justiça. Ele tentou, antes de morrer, deixar quem o continuasse a homenagear sem contestação.
O vírus Cunhalista transformou-se em epidemia. Não desaparecerá tão depressa e põe em causa a sobrevivência de Portugal.
Terei de escrever sobre Oliveira Salazar e destacar as suas ideias e atos para todos os poderem comparar com o que foi feito nestes últimos 46 anos.
Salazar fez o impossível para salvar os portugueses, tanto da execrável pobreza e da tuberculose quando eles saíram da Primeira República e do vírus da ignorância que os comunistas tentavam espalhar.
António Costa só tem um caminho, se quiser salvar Portugal: usar as suas capacidades e conhecimentos e pôr toda a gente a trabalhar.
Pense no mundo, rentabilize as amizades e faça que outros países, nossos amigos, sejam também beneficiados. Pense. Dá trabalho, mas dar-lhe-á glória e proveito.
Não tenha medo, Primeiro-Ministro, vai ver que vale a pena apostar na sua inteligência e em Portugal.
Atrás de si tem, pelo menos, nove milhões de portugueses.
Anterior “Pensamentos, batatas e Escola"
C.S
Andava a passear os pensamentos sem máscara, no jardim perto de casa, quando fui sobressaltado por uma voz, mascarada.
Era uma antiga aluna que vinha de fazer compras. Imediatamente disparou:
“Venho danada! As batatas não prestam para nada! Vêm do estrangeiro e nós aqui com batatas tão boas. Há dinheiro para tudo, menos para aproveitar o que temos em Portugal.”
Fomos tomar café na esplanada. Coloquei a máscara. Toda a gente estava de máscara.
Depois de a jovem se ir embora, pensei na escola, que tinha mudado para um lugar amplo, com vários pavilhões e seis ou sete lugares com canteiros enormes. Só um tinha um arranjo florido, os outros estavam virgens.
Nesse ano 1975-76, fui convidado para fazer parte da Direção. Pedi para ficar com a parte edificada, exterior e alunos.
A seguir ao 25 de Abril tinham começado as frases escritas nas paredes da velha escola.
Quando principiaram as aulas, na nova casa, fiz uma reunião com todos os alunos no ginásio e pedi-lhes que nunca escrevessem nas carteiras nem nas paredes dos edifícios. Era para bem deles e meu descanso. Julgo que foi a única escola do País que os jovens nunca esborrataram.
No final de uma refeição no refeitório da Escola de Santa Maria do Olival, a cozinheira vem ter comigo e pergunta-me se tenho gostado das batatas. Fui-lhe sincero. Gosto de tudo.
“Olhe que as batatas não valem nada. São péssimas...”
Imediatamente comuniquei ao Conselho Diretivo e fui dar um passeio por todo o recinto.
Olhei os canteiros, escolhi um, chamei o contínuo mais antigo e perguntei-lhe: senhor José, estava a pensar em dar vida a estes canteiros, que pensa?
“Acho bem”.
O senhor ajuda?
“Sabe que conta sempre comigo”.
Então o meu amigo vai preparar o terreno com quem quiser e as despesas são por minha conta. Vamos experimentar ali um campo de batatas.
“Batatas?!”
É uma experiência, se forem boas...
“Melhores do que as do refeitório são de certeza. Já uma vez fiz queixa à cozinheira”
Então, já sabe, despesas por minha conta, com batatas incluídas.
“E posso pedir ajuda aos alunos mais velhos?”
Só se eles pedirem para ajudar. Eu também dou umas cavadelas.
A história é grande. As batatas saíram um espanto pelo que me disseram. Eu, à força, e sem esperar fui eleito Deputado para a Assembleia da República. Passados poucos anos quando fugi daquele Convento de boa vida e de enganos e regressei ao ensino, a minha tristeza foi imensa. Os canteiros estavam vazios, a ideia não tinha sido continuada.
Pensei para mim: volta aos livros, escreve, estuda o ser humano e fala sobre os teus defeitos e os dos outros, talvez te compreendam.
Minha mãe abanou a cabeça. Não se cansava de dizer: todos os escritores são tolos e morrem pobres.
Minha mulher não ligou ao assunto. Os filhos também não.
E eu perdi-me por um saco de batatas, na esperança que os portugueses nunca mais passassem pelas dificuldades que tinham sofrido durante a Primeira República, 1910-1926.
Mas a coisa está preta, como diz o Primeiro-Ministro.
Tenho de rever Salazar. Como é que ele deu de comer e pôs a trabalhar toda a gente?
Tenho de descobrir o segredo. Eu quero morrer descansado.
Anterior “A Ceia do Cardeal Tolentino”
C.S
Depois da Ceia dos Cardeais, de Júlio Dantas, a Ceia que nos serviu o Cardeal Tolentino não lhe ficou atrás.
Bendito o Homem, as palavras e as intenções. Faço votos para que o texto seja aproveitado nas escolas para recordar este 10 de Junho de 2020.
Vou ver se lhe consigo dar uma ideia do assunto. É preferível ler o texto completo nos jornais ou ouvir em áudio o Cardeal Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O Cardeal Tolentino pensou o discurso como uma reflexão sobre as raízes. E a partir das primeiras palavras conduz, quem o ouve ou quem o lê, por estes quase novecentos anos de história que os portugueses desenharam. Caminhos nem sempre fáceis, mas sem nunca desanimarem.
Através de Camões atinge todos os portugueses. Tanto os que por aqui se gastam como aqueles que, vivendo a Diáspora, se gastam mundo fora.
Onde está um português está Portugal seja em cima das ondas do mar ou em terra estranha. O Português sente orgulho. Acima dele está Portugal.
Tolentino aponta a poesia como um mapa mental de Portugal. Campo de sonhos que empurra o homem para as suas aventuras, para os seus feitos.
Camões, o homenageado, está sempre presente. Os Lusíadas são o livro onde encontra a alma portuguesa.
O Cardeal acredita que Camões foi o primeiro a desconfinar Portugal sem se preocupar com os limites da linguagem, das ideias, dos modelos e do próprio tempo.
Os poetas excedem-se e não sabem porque isso acontece.
Tolentino mergulha no Canto sexto para se perceber que o ser humano tem de estar sempre preparado para as surpresas da vida. Num momento está tudo bem, de repente a situação muda. Mas o ser humano tem de saber vencer todos os imprevisíveis. Os portugueses sabem isso. Não se podem distrair. Não há super nações, como não há super homens, mas quando há vontade e se trabalha em união tudo é ultrapassado.
O Dia de Portugal é a lembrança histórica. O amor que nos liga é a nossa força. As diferenças não contam. A compaixão e a fraternidade criaram raízes profundas que nos fazem estar sempre prontos para socorrer os que necessitam.
Relembra a pandemia como uma tempestade que precisa de ser enfrentada com inteligência.
Dá exemplos, faz comparações.
O discurso ouve-se com prazer. Cada palavra é uma mensagem.
Os jornais e revistas precisam de leitores; Rádios e Televisões de ouvintes e você precisa de alguém que lhe recorde, sem pieguices, que a vida é feita para viver com altos e baixos, caso contrário a saúde mental vai-se abaixo.
Anterior “Quando falha a autoridade, falham os Governantes”
C.S
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