Em 1916 as greves espalharam-se aos funcionários Municipais e aos estudantes nas Universidades.
Em Lisboa, os motins tèm cada vez mais mortes.
O Governo pensa em todos os estratagemas e vê que entrar na Guerra, além da tentação da Inglaterra esquecer o esbulho das Colónias seria a maneira de travar a contestação no País. Como ninguém declarava guerra a Portugal, o Governo toma essa iniciativa. A 24 de Fevereiro de 1916 são aprisionados todos os barcos Alemães estacionados no Tejo. Os Alemães, contrariados, declaram-nos guerra, mas Portugal é que tem de a procurar nos Campos da Flandres.
Afonso Costa pede a demissão do Governo para ser constituído um Governo de União Nacional e assim evitar a contestação dos outros Partidos.
Em Tancos vão ser concentradas todas as Tropas destinadas a participar na frente de Batalha. Soldados mal preparados, indisciplinados e mal instalados vão viver cerca de dez meses numa cidade de pau e.lona.
São reduzidos os cursos da Escola de Guerra para fabricar Oficiais que irão morrer, fatalmente, nos Campos de Flandres (Bélgica, Países Baixos e França).
A Lei 621 de 23 de Julho acaba com as Paróquias que passam a denominar-se Freguesias.
Os assaltos e os ataques à bomba aumentam. A loucura não abrandou com a ideia de ir para a Guerra.
Machado Santos faz sair um número falso do "Diário do Governo" com a demissão do Ministério e a sua nomeação para Presidente. O Governo ao dar pela gravidade do ato, suspende todas as garantias individuais, declara o estado de Sítio e espera o revolucionário em Abrantes. Leva-o para Lisboa com todos os seus companheiros e mete-os no Cruzador Vasco da Gama em regime de prisão.
O ano de 1917 não começa melhor. Botelho de Vasconcelos estende a revolta por Lisboa e Porto. A falta de alimentos, alimenta as lutas.
Em Janeiro partem 57000 homens para combaterem numa Guerra para onde não tínhamos sido chamados.
O Corpo Expedicionário Português (CEP) ficou conhecido como Carneiros Exportados de Portugal devido aos muitos mortos ali deixados.
O Ministério da União Sagrada que Afonso Costa teimava em chamar de União Nacional cai, mas aceita formar novo Governo logo que os Ingleses nos emprestaram dois milhões de Libras para comprar material de Guerra. Sempre haviam de sobrar alguns trocos para outras despesas.
Devido à escassez de tudo, o pequeno comércio de rua prolifera. Peixe, água, ferro velho, peles de coelho e de cabrito a que os pregões dos vendedores e dos compradores davam um certo ar de graça, para enganar a fome e atenuar tanta desgraça.
Em Maio começam as aparições de Fátima. Mas as greves e os assaltos não diminuem. O Governo, em Julho, para conseguir trabalhar em paz decreta, mais uma vez o estado de Sitio em Lisboa. A cidade toma o aspeto de uma cidade fantasma, toda entaipada e sem gente nas ruas. Quem aí era apanhado arriscava-se a levar uma grande carga de porrada, como dizia o povo.
O pão passa a ser feito com aveia, cevada, um pouco de farinha e favas. As ervas dos campos, à volta de Lisboa, eram, para muitos, a refeição possível. A miséria era inimaginável.
Todos acusavam Afonso Costa de Ditador, corrupto e prepotente, mas com muitos Guarda-costas e muita inteligência, o homem dava sempre volta aos boatos e à cabeça de quem o ouvia.
Como as greves não paravam, o Governo encontrou mais uma solução, substituir todos os Grevistas por batalhões de voluntários e por Escuteiros.
Encerra Liceus. Mas inaugura o Instituto Superior de Agricultura, na Tapada da Ajuda.
Em Dezembro e aproveitando o descontentamento que grassava por todo o País, o Major Sidónio Pais e Machado Santos derrubam o Governo. Bernardino Machado vai para Paris e Afonso Costa, como não escapou a tempo. é preso. Não gostou. Logo que foi solto partiu para França. Nunca mais voltou a aceitar nenhum cargo em Portugal.
Coloque a máscara. Não há para onde fugir. O Vírus está de olho alerta em todo o mundo. Com máscara, usando a inteligência e de mãos limpas, você pode salvar Portugal. Acredite em si.
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C.S
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