O ano de 1926, em que termina esta Primeira República começa com uma greve académica.
Em Fevereiro, Martins Júnior e Lacerda de Almeida tentam mais um Golpe em Vendas Novas. Prendem os oficiais e com o Regimento, comandado por Sargentos, dirigem-se para Almada. Ocupado o forte começam a disparar sobre Lisboa.
A GNR, apareceu de imediato e, mal os intimou a renderem-se, eles obedeceram imediatamente. A GNR, não brincava em serviço. Depois de terem sofrido as primeiras vítimas, tornaram-se tão violentos que os revolucionários não esperavam uma segunda ordem e levantavam os braços.
No dia seguinte, Mendes Cabeçadas convida Gomes da Costa a acabar com estas insurreições que tornavam o País ingovernável.
Cunha Leal, a 26 de Abril incita o Exército a salvar a República. Acusa o Partido Democrático de ter arrastado o País para o caos e para a miséria e os políticos se terem portado como verdadeiros parasitas.
Em 1 de Maio, o Parlamento é invadido por uma multidão que insulta os Parlamentares com uma linguagem imprópria para cardíacos e de gente civilizada.
A 3 de Maio, a polícia desmantela uma tentativa de implantação do Bolchevismo.
O povo e os intelectuais apelam ao Exército para que intervenha eficazmente e ponha cobro ao descalabro em que o País se encontrava.
A 25 de Maio o General Gomes da Costa, com o conhecimento de todos os Partidos aceita encabeçar uma verdadeira Revolução.
A 28 de Maio começa o acontecimento em Braga. A 29 a Guarnição de Lisboa dá o seu acordo.
Mendes Cabeçadas, Jaime Baptista, Armando Ochoa e Carlos Vilhena formam a Junta de Salvação Nacional e nomeiam, o Comandante da Polícia, Ferreira do Amaral, Governador Civil de Lisboa.
Informado de todos o procedimentos, para evitar confrontos e mortos, Gomes da Costa passa por Coimbra, pelo Entroncamento, faz uma pausa em Sacavém para se certificar que estava tudo como combinado e chega a Lisboa entre muitas palmas.
Gomes da Costa, com Mendes Cabeçadas e Armando Ochoa formam um triunvirato para começar um novo Portugal.
Mendes Cabeçadas manda encerrar o Parlamento.
A Primeira República cai sem um gesto de resistência.
A ideia de António Sérgio,, de Cunha Leal e de muitos outros de um Governo de Ditadura salutar, ganhou forma. Os militares pegaram-lhes nas palavras. Não havia outra solução.
A Primeira República de 1910 a 1926 foi considerada o regime Parlamentar mais instável e mais lamentável de uma Europa que também não era um exemplo de paz.
Coloque a máscara. Depois de uma grande tempestade vem sempre um tempo de bonança, com pequenas borrascas. Vamos ver o que acontece e como Portugal aceita a Ditadura Militar,, ter Ordem na Casa e continuar uma Segunda República.
Anterior “Primeira República 1910-1926. Promessas e miséria XII”
C.S
Em Janeiro de 1925 milhares de operários desempregados são corridos à bastonada pela GNR, devido a criticas e insultos ao Governo.
Em Coimbra é inaugurada a Universidade Livre.
João de Deus Ramos afirma que os grandes problemas do País são o desemprego e a mendicidade.
Por Lei é proibida a exibição de filmes contrários à moral e aos bons costumes.
A 18 de Abril dá-se o Golpe dos Generais. O Ministro da Guerra é demitido por propor uma conciliação com os revoltosos.
Em Maio, o Comandante da Polícia, Ferreira do Amaral é gravemente ferido por militantes Comunistas da Legião Vermelha.
Em Lisboa, o Parlamento é suspenso e declarado o estado de Sítio em Lisboa que se prolonga até 30 de Maio.
Júlio Dantas, Henrique Lopes Mendonça, José Galhardo e André Brun formam a Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais portugueses SECTP, que mais tarde muda a designação para Sociedade Portuguesa de Autores, SPA.
Toda a gente fabrica dinheiro de conveniência. Os comerciantes imprimiam talões que substituiam os trocos e pagamentos na mesma casa-
Alves dos Reis desenvolve a ideia. Aproveita o caos em que o País se encontra e com a conivência de um corrupto, manda imprimir uma duplicação de notas de 500 escudos na casa Waterloo & Sons em Londres e funda o Banco Angola e Metrópole.
O País sobe e logo a seguir cai a pique.
O Jornal “A Época”, chama-lhe a Ditadura da incompetência.
A Liga dos Direitos do Homem protesta contra as deportações para as colónias, sem julgamento.
Mendes Cabeçadas e Jaime Baptista tentam um Golpe. Falham. São presos e poucos dias depois são soltos.
O Governo suspende todas as garantias Constitucionais e declara o estado de Sítio em todo o País.
António Sérgio aceita a possibilidade de uma Ditadura redentora, fábrica de uma verdadeira Democracia desde que seja feita em benefício de toda a Nação.
Em Outubro, Gomes da Costa escreve no Jornal “A Época”: “Portugal tem de reagir para que não o assassinem...Um lugar no Parlamento é para estes Catões, a gamela cheia, a fartura e o regabofe garantidos.”
O Presidente da República, Teixeira Gomes, demite-se. É eleito, mais uma vez, Bernardino Machado que estava habituado a estas andanças e tinha 18 ou 19 filhos para alimentar. O povo gostava dele, sabia ser simpático. E ao povo, se não lhe derem nada, mas lhe sorrirem, ele fica contente.
Para Presidente do Conselho, (Primeiro--Ministro) entra António Maria da Silva que já tinha corrido quase todos os Ministérios, inclusive ter sido Presidente da Sociedade de Propaganda de Portugal.
Mas com um especialista em propaganda ou sem propaganda, a situação agrava-se subitamente. Descobre-se que Alves dos Reis tinha feito a maior burla do século ao comprar um Banco com notas falsas.
Coloque a máscara. O Vírus humano é bem mais perigoso do que esta pandemia que, pelos vistos, veio passar o Verão a Portugal. Coloque a máscara e lave bem as mãos.
Anterior “Primeira República 1910-1926. Promessas e miséria XI”
C.S
O ano de 1923 vai ser catastrófico. Desde Janeiro a Dezembro não houve um único mês sem manifestações contra o Governo.
Em Fevereiro a Polícia invade a CGT.
Em Março os padeiros e os metalúrgicos entram em greve. Toda a gente sabe fabricar bombas.
Cinco Bancos vão à falência.
Em Abril dois Juízes e dois industriais são as vítimas escolhidas, além do povo que, muitas vezes morre por ir ver o que se passa. A curiosidade também mata.
O trabalho infantil era geral. Os jovens trabalhavam por quase nada e pelas refeições.
Os boatos são constantes e servem para acirrar o povo a fazer toda a casta de desacatos. O tempo livre é muito e o pai de todos os vícios e loucuras.
A 17 de Julho Fernando Pessoa, António Sérgio. Jaime Cortesão. Raul Brandão e Aquilino ribeiro protestam contra a Censura que obrigou a sair de cartaz a peça de António Ferro “Mar Alto”.
Em Agosto Teixeira Gomes é eleito Presidente da República.
Em Setembro, na Aldeia da Ponte, a GNR, num tiroteio com revolucionários profissionaism mata cinco.
Em Outubro a greve dos ferroviários e dos marítimos do Porto leva a um número enorme de prisões.
António Sérgio, Afonso Lopes e outros escritores propõem uma Ditadura de Salvação Nacional. Carlos Rates, defende uma Ditadura das Esquerdas.
A 15 de Novembro, Ginestal Machado toma posse do trigésimo oitavo Governo. No final do mês manda soltar os presos de S. Julião da Barra. Não havia dinheiro para sustentar tanta gente sem fazer nada.
Cunha Leal, na Sociedade de Geografia, apela a uma Ditadura salvadora de Portugal. Com ele estão Ginestal Machado e Júlio Dantas.
Oliveira Salazar advoga uma contenção de despesas para resolver alguns dos problemas em que o País se encontra. Mas ninguém ouve ninguém, seja da Direita ou da Esquerda.
Em 1924, as greves continuam com redobrada força e os confrontos entre a CGT e a polícia provocam vários mortos e feridos,
Em Fevereiro, o Governo preocupado com o elevado número de casos de sífilis, manda que todas as toleradas e prostitutas façam uma inspeção sanitária regular.
Os funcionários das Finanças declaram-se em greve sem se importarem com as consequências, nem com o prejuizo causado ao País.
Em Maio, a cidade do Porto é entregue ao poder Militar.
O próprio “Diário do Governo” tem de ir à Censura.
Num recontro com a polícia, os Comunistas da Legião Vermelha sofrem três mortos, mas conseguem matar um Polícia.
A indisciplina nas Forças Armadas é total.
Em 5 de Julho a freguesia de Valongo passa a Valongo de Milhais em honra ao célebre Milhões.
O Partido Comunista assalta o Ministério da Guerra e a Central telegráfica. Só por pouco não alcança o poder
As Forças do Governo tornam-se muito mais violentas. Mas a situação do País piora.
A dívida do Estado é enorme.
Na “Seara Nova” , José Rodrigues Migueis declara que a burla das Eleições era miserável e que isso levava à situação em que o País se encontrava.
No Parlamento, Cancela de Abreu, afirma que o País estava entregue a uma quadrilha de ladrões.
O Fascismo aparece como solução possível. O Jornal “Novidades” é contra. Afirma que Mussoline era um oportunista e justificava a afirmação.
Em Novembro a GNR dissolve, à bastonada, uma manifestação comemorativa da Revolução Bolchevista, que já contava na Rússia com centenas de milhares de mortos. Nem Fascismo nem Comunismo eram exemplos a seguir.
José Domingos dos Santos forma o quadragésimo primeiro Governo Constitucional.
Coloque a máscara.O António Costa tomou as suas precauções. Todo o cuidado é pouco. Siga-lhe o exemplo.
Anterior “Primeira República 1910-1926. Promessas e miséria X”
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...