O 25 de Abril foi uma verdadeira hecatombe para as escolas. Aquilo que agora começa a rebentar como tragédia, quando um aluno se suicida por causa da violência dos colegas e agora de um professor que alega o mesmo motivo para o fazer pressupõe uma campainha que toca desesperadamente por socorro.
Quando falo do 25 de Abril e da "revolução" até parece que estou contra o acontecimento. Não estou nem ninguém estava. Foi Marcelo que deixou que a "revolução" se consumasse e abraçasse a democracia que é o sistema político em que a autoridade brota dos cidadãos e em que o ideal abrange todas as camadas sociais para as fazer progredir.
Em Portugal essa autoridade esfrangalhou-se desde o princípio. Quem viveu as escolas desde o 25 de Abril conhece perfeitamente a realidade do que se passou. O ensino deixou de existir. O medo de ensinar era evidente em 90 ou 95 por cento das escolas e os alunos andaram ao deus-dará até há poucos anos. Hoje começam a rebentar os mais frágeis, e isto pode continuar quando até haveria razão para haver ordem, bom ambiente e progresso. Não é isso que está a acontecer.
A censura imposta pelo 28 de Maio de 1926, mas que já vinha da Primeira República, foi levada a sério pelos militares e aproveitada pelo Dr. Salazar, dois anos depois, para defender os mais débeis e não os deixar influenciar pela propaganda que os ensinava a reivindicar e em seguida os largava ao abandono e entregues à sorte que a ignorância condena os que não estudam.
Salazar, através da censura, proibiu que os suicídios fossem divulgados nos meios de Comunicação Social para evitar o efeito de dominó e dizimar os menos resistentes à dureza da vida.
Não sei o que fará a Ministra, mas tem de ser firme, tanto na protecção de alunos como de professores. Se não acabar com os paninhos quentes, e com os passa-culpas, a situação tenderá a agravar-se.
Quanto aos professores, só uma sugestão: o professor ganha as turmas, e o respeito pelos alunos, nas primeiras aulas. Se tergiversar no começo, está perdido. Cometerá erros graves para depois equilibrar a situação.
Os alunos antes do 25 de Abril eram bem mais violentos do que os dos dias de hoje, mas também eram mais rijos. A prepotência de uns sobre os outros também não ia muito longe porque os professores intervinham logo que o desacato chamasse a atenção. Nos recreios havia sempre alguns professores na conversa ou a fumar o seu cigarro.
Esperemos que o vírus não se espalhe. Duas mortes já são demais numa faixa etária onde a vida está a despontar e onde os sonhos e as esperanças terminaram abruptamente e sem qualquer sentido.
C.S
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