A Guerra Civil andava no ar e até eu que nunca fui caçador tinha uma arma de caça e um revólver.
Uns dias antes do 25 de Novembro, o meu amigo Augusto Gonçalves, muito preocupado e com cara de caso, perguntou-me se eu ajudava na desocupação de uma propriedade em Alpiarça. Aceitei e aí fomos ao cair da noite. Fomos recebidos a tiro. Tiro para cá, tiro para lá, de vez em quando tudo parava. De repente uma rajada de metralhadora corta cerce o guarda-lamas do meu sunbeam que tinha comprado há pouco tempo. Eu estava ao lado e só não me cortou todo, como diria o célebre Milhões e esse sim verdadeiro herói, não estes de fancaria que fizeram o 25 de Abril. Ao meu lado estava um valente da Serra de Tomar que, com o susto, se cagou todo. Contou o episódio numa sessão a favor da reeleição do Eanes.
Os ocupantes acabaram por fugir e largar a propriedade.
Era assim a Ditadura do Proletariado defendida pelo Vasco Gonçalves e pelo Cunhal, a meia voz, porque os cobardes só falam entredentes, e a raiva dos que compreenderam que as festas e foguetes do 25 de Abril tinham afinal servido para atraiçoar Portugal.
O herói Soviético Álvaro Cunhal tinha deixado de ser português para entregar o local onde tinha nascido ao país que o tinha feito herói pela traição que um dia cometeria na sua ex-Pátria.
Vasco, Cunhal e militares do MFA unidos fazem campanha para a Assembleia Constituinte apelando ao voto em branco. Apesar de todos os esforços o Partido Comunista só alcançou 12,5% de votos.
Vasco Gonçalves não hesita em declarar “Não perderemos por via eleitoral, aquilo que tanto custou a conquistar ao povo português”.
Ramiro Correia ameaça “Serão os trabalhadores quem irá decidir o futuro da revolução portuguesa.”
Faria Paulino acrescenta “Portugal, mesmo que não queira, terá bordado, na sua bandeira, uma estrela de cinco pontas.”
Os portugueses estavam elucidados. Aí tínhamos agora um verdadeiro regime ditatorial. Como os militares dominavam a política.
Toda a economia estava arruinada, não havia mais a perder.
Alguns militares que fizeram o 25 de Novembro sabiam que o povo estava armado o que seria extremamente perigoso, pois se não vencessem, como declara Ramalho Eanes, ele tinha a certeza que seria fuzilado, mas a carnificina continuaria porque o povo não respeita regras e o ódio cega-lhe as boas maneiras.
Felizmente que Melo Antunes e Cunhal eram uns cobardes. O primeiro saltou logo da carroça quando o informaram do que se passava e como entre os militares do lado contrário estava Jaime Neves, esse sim, um herói e verdadeiro patriota, imediatamente o Melo deu uma volta de 360 graus faz o chamado Documento dos Nove e salvou o Cunhal e o Partido Comunista no último momento, declarando que aqueles anjinhos não tinham nada a ver com os regimentos em pé de guerra e com os paraquedistas amotinados.
Grandes cobardes os Ditadores que vivem às costas e às custas do Proletariado.
Natália Correia, numa frase lapidar, assinala o momento “Festeja-se o último vómito da revolução condenada a esvair-se, quer os seus coveiros sejam o totalitarismo virado a Leste ou o reformismo ocidentalista.”
A Continuar V
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