Por muito que os pais se esforcem para proteger os filhos da influência nefasta de outros jovens, isso é extremamente complicado e raramente resulta.
Eles podem ter tudo: vida confortável e sem quaisquer dificuldades, mas basta um amigo meter-lhes na cabeça uma ideia em que o outro também acredita e aí vão eles sem preocupações com as consequências.
Há muito penso e escrevo sobre o assunto e trago-o, mais uma vez a terreiro, por causa de duas jovens, uma austríaca e outra sueca, que são o espelho dos milhares de jovens que correm para o sofrimento e para a morte.
A juventude parece só entender os perigos e os enganos vivendo-os e, muitas vezes, perdendo a vida de maneira trágica e desumana como aconteceu à encantadora austríaca, Sabra Kesinovic, que foi lapidada pelos jihadistas. Só não aconteceu o mesmo à sueca Marilyn Nivalainen porque os curdos a salvaram daquelas bestas humanas. Outros não escaparam.
Os amigos têm muito mais força que os pais.
A Internet que podia ser a solução para todos os problemas, afinal é parte deles ao tornar-se veículo dos crimes mais hediondos ao escondê-los em vez de os denunciar constantemente e todos os dias, falando, naturalmente, da maneira como são seduzidos rapazes e raparigas para entrarem nestas danças de fogo que são as ilusões, as guerras e a destruição do ser humano por seitas organizadas, que também não sabem para onde caminham. A sua vida não tem futuro.
Os que abraçam o Daesh vivem o soluço do dia-a-dia. Vivem a morte.
Neste espaço de escrita já falei como fui influenciado, sem qualquer razão válida para o fazer, para fugir para Lisboa porque o meu amigo Joaquim Vaz Antunes pensava reprovar e o pai, julgava ele, lhe daria uma sova que o partia todo; e eu, por solidariedade ia com ele, que nunca tinha estado na capital; ou o José Cabaço Neves que me levou para os cursos da Mocidade Portuguesa, quando eu tinha férias marcadas para Espanha. Ia por amizade. Também pensei que regressaria diferente pois aborrecia-me ser rebelde, mas não conseguia agir de outra maneira. Os meus pais por amor exagerado deixavam-me fazer tudo quanto me apetecia. Os cursos foram ótimos, mas não modificaram este feitio torcido que ainda hoje me acompanha.
A juventude funciona por amizade e solidariedade. Poucas vezes, racionalmente, precaução dos perigos ou de situações insólitas que possam suceder.
A vida devia começar aos cinquenta anos quando a experiência é suficiente para não se cometerem tantos erros como aqueles que a juventude nos obriga a cometer e dos quais, muitas vezes, nos arrependemos. Alguns, pensamos nós, por vergonha, são tão graves que até durante os sonhos nos perseguem e só a morte os pode apagar.
Anterior “Depois do Orçamento devem ter contenção nas promessas”
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...