Quinta-feira, 14 de Dezembro de 2017

A vil tristeza de um país de poucochinho

O desalento encontra-se por todo o lado. O país não arranca para o progresso e para o futuro.

O futuro foi travado depois da chegada de Cunhal e Soares. Tanto um como outro tiveram de inventar histórias para rebaixar o regime anterior que, esse sim, apontava para o futuro, sem manipular informações e dados sobre tudo quanto era feito.

Marcello Caetano, certo que estava chegada a hora para entregar o Governo, limpo de quaisquer pequenos entraves, abriu o caminho para acabar com a Censura, substituindo os militares que, em Ditadura Militar desde 1926, coordenavam aquilo que eles entendiam corrigir. Marcello colocou um civil, o Dr. Mário Bento Soares, para fechar aquele ciclo.

Os militares não gostaram e a partir daí, aproveitaram para reclamar.

E isto é tanto assim que a 5ª Divisão criou, de novo, a Censura tendo como chefe Ramiro Correia. Eu próprio fui a Tribunal por ter escrito o artigo “Atrás dos Militares” em que os alertava para os erros que estavam a cometer. Em vez de me agradecerem, os brutos, levaram-me a Tribunal.

Otelo Saraiva de Carvalho, um dos mentores do Golpe do 25 de Abril, para tirar quaisquer dúvidas, já veio confessar que o movimento dos capitães se iniciou por razões corporativistas, quando os militares de carreira, se viram ultrapassados, nas promoções por antigos milicianos.

Cunhal e Soares, para tapar a verdade com a mentira, vieram afirmar que a Revolução tinha sido feita para acabar com a Guerra Colonial e fazer a descolonização. Isto tem sido desmentido por vários militares, dos quais sobressai Otelo, por ser o mais conhecido e ter ocupado o mais alto cargo dentro do COPCOM (Comando Operacional do Continente), criado pelo MFA, para mostrar força e tirar quaisquer veleidades para uma contra revolução, que nunca existiu. Mas serviu para prender milhares de inocentes, que estiveram presos durante meses e que foram soltos sem nunca terem ido a julgamento

Marcello Caetano tinha permitido o Golpe, não lhe fazendo frente.

Este país tinha pois, todas as condições para progredir naturalmente.

Infelizmente há dois milhões e seiscentos mil pobres e mais sete milhões que vivem com o credo na boca sempre à espera do pior.

É o país do poucochinho, que a pouco-e-pouco criou uma dívida de 245 mil milhões de euros, dívida pública e privada, na sua maior parte fruto dos grandes corruptores, que a deviam pagar e continuam, de corpo ao alto e a viver à grande e à francesa.

É o país do poucochinho e da vil tristeza.

O ciclo é infernal. Nem a alegria aparece, nem o Natal aquece.

 

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C.S

publicado por regalias às 07:28
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