Entre o 11 de Março e o 25 de Novembro de 1975 Portugal foi um manicómio em autogestão como o referiram vários jornais estrangeiros e só não ficou pior do que hoje se encontra porque desde o Reino Unido até ao Japão tem um crédito ilimitado devido ao carácter dos portugueses, à sua capacidade de trabalho e de inteligência, sempre muito mal aproveitada em Portugal, e a terem sido os primeiros a dar novos mundos ao mundo numa globalização antecipada de quase cinco séculos, onde o Brasil é o símbolo da miscigenação mais perfeita à face da terra.
E onde povos como os guineenses, os Angolanos, os Moçambicanos, os Cabo-verdianos, os São-Tomenses e os Timorenses são suaves e doces nas suas relações com os povos de todas as raças.
Julgo que foi este crédito, que ainda hoje é válido, que fez que a Europa não nos tivesse virado as costas apesar dos graves erros cometidos, dos quais, e não o menor, o ataque, o assalto e a vandalização da Embaixada e Consulado de Espanha em 27 de Setembro, que a pesada herança pagou o que a Espanha entendeu para que o desacato não fosse parar aos tribunais internacionais.
Cunhal está em todo o lado e não se nota. Ele está em todos os Governos Provisórios e no 5º em força com militantes do PC, do MDP, com militares, e independentes que ele controlava como entendia.
Cunhal não se vê, mas ele não pára. Manipula o Governo e militares do MFA como se eles fossem marionetes, do mesmo modo que manipulava os invasores das grandes herdades agrícolas e os operários das fábricas a exigir o que os patrões não podiam pagar. Eles pagaram, mas pouco tempo depois fecharam as fábricas e aí se perderam os aumentos e os empregos.
Assim aconteceu na Covilhã onde fábricas com centenas de operários tiveram de fechar como a Ernesto Cruz, a Lanofabril, A Nova Penteadora, a Transformadora de Lãs, a Ninafil e dezenas de pequenas fábricas cujos trabalhadores passaram sérias dificuldades, muitas lágrimas e arrependimento por terem corrido a foguetes em vez de terem continuado a trabalhar terem ido para o pátio das fábricas onde conversavam sobre os benefícios da Revolução e sobre os malandros dos patrões que sempre lhes tinham pago o salário a tempo e horas.
Cunhal pouco se importou com a situação em que ficaram estes ingénuos que acreditaram no vendedor de ilusões
O Pacto de Agressão, de que o Jerónimo fala, começa neste tempo. E estas loucuras pagam-se caro. É certo que são sempre os mesmos a pagar, mas Cunhal, o Comité Central e os Deputados Comunistas recebem dividendos e tiveram e continuam a ter muitas culpas no que está a acontecer.
Depois dos prédios e das fábricas foram as grandes herdades, desde a herdade de Luís Correia da Silva à Torre Bela, a mais conhecida por ter sido feito um filme sobre o acontecimento.
Que ganhou esta gente? Ódio.
E Portugal caminhava para uma grave confrontação. Os militares não se inibem de começar a roubar armas onde elas se encontram. Em Santa Margarida roubam 21 G-3 e no Depósito de Material de Guerra de Beirolas mais 1000 para serem distribuídas pelo povo enlouqucido por promessas irrealizáveis.
É criado o Secretariado das Empresas da Cintura Industrial de Lisboa.
Os Conselhos Revolucionários de Trabalhadores Soldados e Marinheiros gritam em todas as frentes:
“Viva o Comunismo e a ditadura do proletariado!”
Melo Antunes, homem de mão e de inteira confiança de Cunhal informa-o. Este, de quartéis só conhecia a Companhia Disciplinar de Penamacor onde o Capitão Milheiro lhe deu sempre inteira liberdade para andar pela vila, para falar com o seu amigo Petronilho e com as gentes da terra.
Melo Antunes tem de estudar o assunto. Vamos ver o que decide.
C.S
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