Desde que entrei para escola primária em 1942, hoje ensino básico, sempre pude folhear e ler livros que o Professor José Manuel Landeiro tinha num armário, com portas de vidro, com a altura de pouco mais de um metro e meio e com a largura, talvez de um metro.
As crianças podiam tirar sempre livros, mas tinham de escrever o nome do livro, o seu e a data num pequeno papel, com o tamanho de um cartão-de-visita.
O Zé Manel, como nós o tratávamos, sem ele presente, duas vezes por semana fazia sempre as mesmas recomendações:
- Quem quiser tirar livros do armário tem de escrever sempre o seu nome, as mãos lavadas para não os sujar e cuidado para não os estragar. Quem não perceber o que lê ou me pergunta ou escreve a pergunta e coloca em cima da minha secretária.
Foi Biblioteca que cresceu até à quarta classe. Ao princípio só tinha duas prateleiras e meia completas, no último ano, ainda não estavam cheias as seis prateleiras, mas já estava bem composta.
Em 1953 havia bibliotecas em todas as escolas, com dezenas de temas úteis e interessantes desde o desporto, apicultura, árvores de fruto, jardins, histórias de vida, poetas, navegadores, família, puericultura etc.
Quando entrei para o Liceu Nun’Alvares em Castelo Branco a Biblioteca era enorme, aí encontrava sempre o José Joaquim Delgado Domingues agarrado ao que poucos liam: os livros de ciências e de física.
Quando chegou esta democracia de esquerda menor, espanto dos espantos, o Secretário de Estado da Orientação Pedagógica, Rui Grácio, ordenou que fossem destruídos pelo fogo muitos dos livros anteriores ao 25 de Abril. Foi a maneira que encontrou para os portugueses perderem a sua identidade.
Pior do que a Inquisição, com esta bestialidade podia adivinhar-se o que iria acontecer a Portugal e aos portugueses.
Lembrei-me deste assunto porque em Óbidos e integrado no Festival Literário vai ser debatido o futuro das bibliotecas escolares e programas afins.
Outro assunto interessante e importante é o chamado Dia das Bandeiras Verdes promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa, ABAE, destinado a apoiar o desenvolvimento na área da Educação Ambiental e a que Torres Vedras e Lousã aderiram com sucesso.
No Estado Novo através da Mocidade Portuguesa, os jovens eram incitados a cuidar do ambiente, a criar jardins, a proteger plantas, flores e animais. Todos os anos nos acampamentos eram citadas as escolas onde a proteção ambiental era mais visível.
O gosto pela limpeza e pela beleza foi sempre incentivado de maneira natural. Milhões de portugueses ainda hoje se lembram dos jardins ao longo das Estações do Caminho-de-ferro e que eram um deleite para aqueles que viajavam nos comboios e um orgulho para quem tratava desses jardins.
Não custa nada viver feliz quando todos contribuem para o bem-estar e para a felicidade.
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C.S
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