Quando viajava e trabalhava por esse mundo fora sentia imenso orgulho em dizer que era português.

Qualquer trabalho que pretendesse era sempre o preferido por ser Português.

Compreendi essa escolha por, trabalhando naturalmente, e colocar prazer em tudo quanto fazia, dar mais rendimento do que qualquer outro.

Pensei ao principio que era devido ao prazer que cada um sentia em não regatear perante as dificuldades e ao mesmo tempo mostrar-se orgulhoso pelo trabalho e pelos elogios dos companheiros.

Minha mãe tinha sempre a Emissora Nacional, hoje Antena 1, ligada. Eu cresci a ouvir rádio, mesmo que não ouvisse.

Minha mãe adorava Carmen Dolores e Amália Rodrigues. Era uma apaixonada pelos autores portugueses, principalmente por Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Júlio Dantas.

Carmen Dolores foi o grande impulso para as audições. A sua voz, de uma clareza espantosa cativava de imediato e era o exemplo para os grandes locutores da Rádio.

Maria Leonor, uma verdadeira senhora da Rádio, disse-me que Carmen Dolores foi sempre um modelo. Em 1974, ao levar Carlos do Carmo a Tomar, mais uma vez me referiu que protegia o rapaz, porque tinha uma voz que faria carreira e ele não sabia como aproveitar o seu dom.

Os portugueses têm qualidades que não aproveitam muitas vezes porque julgam que todos podem fazer o mesmo.

Não é assim. Comparei povos. Tenho a certeza de que somos diferentes.

Temos de aproveitar essas qualidades.

Na rádio, a seguir ao 25 de Abril foi privilegiado o desleixo. Há locutores que não se entendem. Estão ali à pala de quem os protege, mas que não os estimula.

Não pode ser. Temos de ser os melhores depois dos pandémicos confinamentos, se queremos mostrar ao mundo que a pobreza é só fruto de uma má gestão de qualidades.

António Costa, mostre ao mundo que pode contar com Portugal: desde a dicção, a amizade e a gestão dos recursos.

Coloque a máscara. O Verão anda por aí. A Primavera já sorri através dos raios de Sol com pequenas gotas de água. A Natureza ajuda, se você ajudar. Coloque a máscara.

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C.S