Os abortos que inviabilizaram uma mudança de regime calma, honesta e inteligente, a seguir ao golpe do 25 de Abril, facilitado por Marcello Caetano, quiseram atingir todos os seus sórdidos objetivos provocando um levantamento popular imediato, o que não aconteceu.
Caso isso tivesse sucedido, no calor da festa, o Partido Comunista levaria vantagem, como não sucedeu resolveram destruir a identidade do País enxovalhando e maldizendo os antepassados, os seus feitos, as suas descobertas, as suas glórias. Desde Camões a Amália, tudo era fascista.
A droga começou a entrar em Portugal às carradas e a destruir o pensamento de jovens e de adultos. O sexo ficou aberto a todas as aberrações. Era proibido, proibir.
A Censura aplicada pelo anterior Governo, principalmente a jornais, era ferozmente atacada como mostra evidente de falta de liberdade.
Nada mais falso e nada mais ignominioso.
A Censura servia para defender a população menos culta e que podia ser arrastada a atos como o suicídio, a pedofilia, etc. Mas nunca o jornalista era condenado. Cortavam o artigo e ele escrevia outro se quisesse.
Para levarem avante os seus maquiavélicos planos, os do 25 de Abril impuseram uma Censura bem mais feroz, mas sem falarem nela para que o povo não descobrisse o logro em que estava metido e que, de trambolhão em trambolhão, acabamos por estar numa situação desesperada e fazendo votos que o António Costa e o Marcelo Rebelo de Sousa saibam motivar o povo e fazê-lo acreditar nas suas capacidades.
A Censura que foi uma das suas bandeiras para desacreditar o Governo de Salazar tornou-se mil vezes mais feroz: meteram-se na cadeia todos os que eles imaginavam que lhes podiam causar problemas, mesmo se contra eles nada houvesse de concreto. O cabecilha do Golpe, o Otelo, diz com todas as letras que devia ter metido todos os do antigo regime no Campo Pequeno. Os jornalistas eram levados a tribunal e enxovalhados. Eu fui um dos julgados, mas não condenado. Outros não tiveram a mesma sorte. Manuel Maria Múrias foi preso.
Depois de vários meses preso escreve a carta, da qual extraio uma parte:
“As minhas possibilidades de defesa foram congeminadas e maquinadas pelo ex-Ministro da Justiça Almeida Santos, com a cumplicidade do ex-Primeiro-Ministro sr. Mário Soares e do ex-Secretário de Estado da Comunicação Social sr. Manuel Alegre para defender o Partido Socialista, então no Governo. Foram leis decretadas em proveito dos legiferantes para proteger interesses partidários e com o objetivo explícito de silenciar quem os acusava de corrupção, nepotismo, estupidez e ineficácia. Foram leis para me meter na cadeia a mim, à Vera Lagoa, ao Silva Nobre, à Fernanda Leitão, ao Manuel de Portugal, ao Carlos Viveiros, a todos quantos, diante da hecatombe estatal, não estavam, nem estão dispostos a assistir passivos ao trágico espetáculo. Eu, desta minha cela 324, recluso 257 da Cadeia Central de Lisboa, acuso solenemente aqueles três gandulos (um pulha, dois pulhas, três pulhas) de terem utilizado o Poder Legislativo que o povo lhes deu, em função (apenas) dos seus interesses sectários, de maneira a poderem usar criminosamente em proveito próprio o aparelho de Estado.”
O tempo tem sido de confusão, raiva e tristeza, sempre à espera que a sensatez, a inteligência e o trabalho acabem por vencer a inércia que tem paralisado este País, rico de sonhos e de talento.
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C.S
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