Quase todos os dias oiço o programa de José Duarte, “Cinco minutos de Jaz” por volta das dez da noite ou às três da manhã. E não aprecio jaz.
Só gostei de um ou dois dos muitos que tenho ouvido. Ontem foi um deles. Muito bom.
Oiço os programas, porquê? Para tentar compreender a paixão que o meu amigo José Pires Ramos tinha pelo Jaz e a resma enorme de discos que possuía, ao mesmo tempo que ele ouve a escolha do José Duarte.
O Zé era um castiço. Nunca o vi zangado. Não faltava aos dias da Mocidade Portuguesa, mas a sua farda limitava-se à camisa desfraldada e a mais nenhum elemento; nem bivaque, nem calções. A camisa chegava para entrar para a sala onde estavam os livros de geografia, os jogos de Xadrez, Damas e o Gamão.
O Zé enfronhava-se imediatamente nos assuntos Topográficos e o Professor Morcela, que era o dirigente que superintendia a Ordem naquele povoado, nunca repreendia o Zé por não ir fardado. Aquilo que lhe agradava era o interesse do rapaz.
Julgo que ganhámos sempre os percursos que fizemos nas serras de Alpedrinha, Estrela, Lousã, no Gerês, no Algarve e ao redor de Castelo Branco.
O Zé agarrava no Croquis e ninguém mais se preocupava. Ele lia aquilo como os músicos leem as partituras.
O Zé, fez a sua carreira profissional como Topógrafo. Adorava o trabalho. A Mocidade Portuguesa tinha-lhe descoberto a vocação.
E porque estou a dizer tudo isto e não vou logo direito ao assunto?
Só para situar a ação, numa altura em que estamos todos confinados, e perceber como passar o tempo.
Eu acredito nos espíritos. Fiz experiências que me provaram que o corpo não passa de um suporte para duas forças que regressam ao Espírito inicial quando o corpo morre.
Em França aprendi a maneira como era possível o chamamento, mas, mesmo com os resultados à vista, tinha sempre dúvidas. Em Portugal comprei uma pequena quinta perto da Barquinha e aí tive a certeza da realidade dos factos. Infelizmente, um dos meus grandes amigos veio a falecer passado pouco tempo de uma sessão onde ele viu a imagem do pai. que eu nunca tinha conhecido. A partir desse momento nunca mais utilizei aquele método. Prefiro conversar, em monologo, com os meus amigos. É o que faço com o José Pires Ramos. Como sei a paixão que tinha pelo Jaz, forço-me a ouvir e a discordar daquela descoordenação de sons que não entendo.
Pois é, quando não tem nada para fazer e está quase a entrar em stress converse com uma amiga ou amigo que já tenham ido de abalada para o Espírito de onde hão-de regressar. Fale com eles, oiça as sugestões, ria e brinque com as recordações. Evite assuntos tristes. Vai ver que o Covid, sem hospedeiros, terá tendência a desaparecer.
Coloque a máscara. Prepare a esferográfica. Amanhã é dia de eleições. Vá votar.
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C.S
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