Há dois anos, em conversa com o Professor Sixiang, ele disse-me que os portugueses gostam de Portugal como as crianças gostam de brinquedos.
O Professor Sixiang é sociólogo, conhece e tem estudado as pessoas de quase todos os países do mundo e afirma que Portugal sai de todos os cânones. Os portugueses são melhores a Governar os países dos outros do que o seu próprio país.
E falou-me de D. Afonso Henriques, D. Afonso III, D. Dinis, D. João I, D. João II, D. Manuel, D. Pedro II, D. João V, do Marquês de Pombal e de Salazar.
Sixiang sabe mais da história de Portugal do que muitos estudiosos portugueses. A sua explicação para o facto é a característica ser por um lado interessantíssima e por outro, dramática quando os Governantes preferem à autoridade o populismo e o facilitismo.
Confesso que nos últimos anos tenho andado bastante preocupado. Nos primeiros, depois da loucura, das mentiras dos políticos e do voluntarismo dos militares, pensei que Portugal ganhasse rumo. Mas a pusilanimidade de Presidentes da República e de Primeiros-Ministros continua a manter o país em banho-maria. As dificuldades são enormes.
O sorriso, a graça apagaram-se dos rostos dos portugueses que vivem neste retângulo claustrofóbico.
Segundo Sixiang, o primeiro a perceber o perigo foi D. João I, que a instâncias do filho D. Henrique se volta para o mar. Entrega-lhe a fortuna dos Templários e D. Henrique, pé ante pé, voltou a dar alma a um povo que esmorecia.
Muito antes de os ignorantes gritarem contra a saída de jovens para o estrangeiro, eu dizia precisamente o contrário. Quantos mais jovens saíssem melhor para o país. Eles aprendiam mais, mostravam todo o seu valor: intuição, inteligência, trabalho. Viver na Europa dos agora 27 é o mesmo que viver em Portugal. Mais, demora-se menos tempo de Lisboa a Frankfurt do que de Lisboa a Braga. O preço da viagem é idêntico, cerca de 38 euros.
Os que antes estavam contra a saída dos jovens, calam-se agora e bem porque o Centeno, o Guterres, o Barroso e o Vitorino vão Governar outros países. E cada um destes já mostraram mais-valia em Portugal. A União Europeia é a casa onde os portugueses conseguem respirar, e o outro mundo onde o Guterres pontifica está no sangue e nos genes dos portugueses; torna-os felizes, dão largas à intuição e à inteligência.
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