Se Portugal não estivesse preso por arames e os portugueses aguilhados nas partes fracas, o espetáculo que o funâmbulo Costa proporciona serviria para divertimento, estudo e preocupação.
Divertimento porque o homem tal como o funâmbulo, espécie de esquilo indiano, a que a palavra também nos remete, ou a indivíduo inconstante, imprevisível no sentido figurado, não deixa de ter a sua graça. Ele próprio se diverte com as ideias, como as manipula, como deixa os interlocutores confusos sem saber se o mandam abaixo de Braga ou lhe viram as costas. Os assuntos são demasiado sérios e o país demasiado frágil para se aguentar até com pequenos abalos ou elucubrações espontâneas e nada vinculativas, mas que causaram um rombo imediato no mercado bolsista de quase dois mil milhões de euros quando a Catarina disse que o governo de Passos e Portas acabou.
Este suspiro foi pago a peso de ouro. Em todos os Partidos a situação é preocupante. Os do PCP não acreditam no que está a acontecer. É o fim do sonho igualitário e das mil promessas do Cunhal, dos Vascos e dos Jerónimos. A frente unida que mantém o PC entre os 7 e os 8 por cento está prestes a ruir.
Revoltam-se contra a neurose do Costa que antes era considerado um delinquente mental. Depois das eleições e com o choque inesperado entrou em delírio de grandeza. Já se imagina um novo Napoleão capaz de enfrentar Bruxelas.
A inteligência do Costa atingiu grande efervescência. O Passos já o mandou passear, mas a Catarina e o Jerónimo podem endoidar e, de repente, subindo ao campanário o desçam de cambulhão.
Fiquei contente quando nenhum dos Partidos teve a maioria absoluta. Era a grande oportunidade para todos se unirem apesar das suas diferenças. O Costa surpreendeu-me e achei-lhe graça. Gosto de pessoas inteligentes, estejam elas no Partido que estiverem. Nunca pude com o Cunhal. Nunca o considerei inteligente. Era um tipo frustrado com uma ideia fixa: destruir para construir não sabia o quê. Cunhal era esterco.
Costa pode não ter cariz, mas neste momento ele leva dois meninos às costas nas voltas do poço da morte, com pneus furados. A sua capacidade supera-o. Ele sabe que para vencer tem de os reduzir a zero.
O Jerónimo já deita comunismo pelos olhos e só espera ser substituído, mas não gosta de ser tomado por parvo. A Catarina ainda tem muito para aprender e o Costa arranjou um trinta-e-um que me obriga a ouvir os noticiários do dia e da noite imaginando os pesadelos de Cavaco e as maquinações do Costa para sair da camisa-de-onze-varas em que está metido, em que meteu o Partido Socialista e em que pode meter Portugal.
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C.S
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