Ao ler e ver no vídeo do jornal digital “Observador” um jovem boxeur Croata esmurrar o árbitro quando ele se preparava para declarar o rival Lituano como vencedor, lembrei-me que estas cenas eram frequentes antes do 25 de Abril, principalmente nos combates de Luta Livre.
A vantagem ou a desvantagem, segundo a perspetiva de cada um, é que em democracia estas cenas não são admissíveis.
Em 1962 ou 1963, um casal de franceses, François e Julie, que eu tinha conhecido quando trabalhei no Consulado de Portugal em Paris e que os tinha entusiasmado a visitar Portugal, sem me dizerem nada, em 1960, tinham vindo até à Casa Lusitana e nunca mais pararam. Adoravam Portugal e a maneira de ser dos portugueses.
François incitava todos os seus conhecidos a passar férias em Portugal onde o povo era excecional, a comida uma maravilha, o vinho uma delícia, o tempo e o mar de sonho e os preços de tão baixos eram um convite a ficar meses se o trabalho não obrigasse a regressar a França.
Os amigos diziam-lhe: “mas aquilo não é uma ditadura?”
François e Julie olhavam-nos incrédulos. François tinha sempre a mesma resposta:
- Portugal é o país mais livre que conheço. A Segurança é total. Podes andar toda a noite na rua e nas vielas mais esconsas de Alfama ou do Bairro Alto sem qualquer preocupação. Os carros podem ser arrumados em qualquer sítio desde que não perturbem o trânsito ou ocupem lugares de paragem de autocarros. Ninguém chateia. As pessoas são felizes e alegres. A poluição é nula. Em Paris, se vestires uma camisa branca, mal sais de casa fica imediatamente salpicada de fuligem. Em Lisboa e no resto de Portugal respira-se o ar saudável que não se encontra em mais nenhum país da Europa.
Durante anos vieram a Portugal centenas, senão milhares de Franceses indicados por um único casal e seus dois filhos que adoravam Vila Nova de Milfontes.
O Jogo de boxe trouxe-me à ideia este caso, a paixão que François e Julie nutriam por Portugal e as proibições democráticas que já existiam em França e que os portugueses ainda não lhe tinham provado o sabor.
As lutas nas escolas entre os jovens eram naturais. Mas a amizade entre os contendores ficava mais sólida e para toda a vida. Ninguém falava de bullying e não havia queixinhas aos pais. Por vezes havia desculpas pelo olho negro. Tinha batido num espaldar ou numa porta. Queixas nunca. Era sinal de fraqueza. Todos queríamos ser fortes.
Nas lutas de rua entre homens havia sempre outros a separá-los. Hoje, mesmo que se matem, ninguém se mete de permeio porque a Democracia não permite e pode tudo acabar em tribunal.
C.S
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