Antena1 ao pedir, a Raquel Varela e a Adelino Maltez, para fazer a análise deste dia histórico de apertos de mão e palmadinhas nas costas entre os artistas que vão estagiar e preparar workshops de bagatelas, pensei imediatamente como seria ter estes dois, competentes e honestos pensadores, para depois dos primeiros oito dias em que assenta a poeira, serem convidados para conversar com os Deputados, em outro anfiteatro daquela enorme e mal empregada casa, quando não é utilizada para os fins que lhe estão atribuídos: trabalhar com competência a bem de Portugal e dos Portugueses.
Eu falo por experiência própria. Fui Deputado na Primeira Legislatura, 1976-1979. Foi um verdadeiro falhanço. As inutilidades e a chicana fizeram que eu recusasse continuar.
Estes de hoje deram o mote: a palhaçada das cadeiras, o vestido de outro Partido que, além da natural gaguez da representante, acha que deve apimentar a representação; já dá a ideia do que aí pode vir. Os Deputados não estão ali para representar, estão ali para trabalhar assuntos sérios.
Querem divertir-se? Divirtam-se fora do Parlamento.
Eu tive um aluno que era gago. Quando o chamava, ele era um simpático cábula, o Henrique começava: pó… pó… dddddde…rerrrrepepepppp….tir..
Um dia em que a aula estava a terminar disse-lhe:
- Ó Henrique, se eu gaguejasse como tu ganhava uma fortuna.
- Co…co…co..mo?
- Tu conheces a minha casa. Na varanda, virada para a Rua da Sociedade Nabantina, colocava um cartaz com letras garrafais a dizer:
SEJA DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS PESSOAS, APRENDA A GAGUEJAR COM O PROFESSOR C.S.
Tocou a campainha no momento exato. As gargalhadas saltaram alegres. O Henrique veio ao pé de mim agradecer.
- Ooooooobribri…ga—
- Os amigos são para as ocasiões. Como vais para Económicas, já podes ir preparando a fonte de rendimento.
- Mui—mui—mui
- Está certo. Depois da brincadeira…não te esqueças de estudar.
- Na…na….na…
Os Deputados de 2019 a 2023 são a minha esperança. Tenham eles a cor e os tiques que tiverem e estejam no Partido que estiverem.
A primeira vez que a Assembleia da República fechou à força foi pelo desespero de ver o caminho que o País estava a seguir e eu não ser capaz de travar aquilo que veio a suceder.
A história é simples e pode ser lida no Diário da Assembleia da República de 18 de Julho de 1979. Um dos Deputados passou imenso tempo a defender bagatelas. Como o Presidente do meu Grupo Parlamentar não chamasse a atenção para o que estava a suceder, fui tremendamente desagradável. Primeiro disse: isto não é a Assembleia da República, é a Assembleia da vergonha. Como ele retorquisse, acrescentei: o Sr não é um Deputado, é a carraça do povo português.
O Presidente da A.R, Teófilo Carvalho dos Santos, homem excecional, pediu-me para retirar as palavras. Eu pedi-lhe desculpa mas não podia retirar porque quem estava a sofrer era o Povo Português.
Teófilo Carvalho dos Santos fechou o Templo das inutilidades.
Para que tal não volte a suceder incito todos os Deputados a trabalharem com inteligência e honestidade a favor deste País que tanto amamos.
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C.S
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