O valoroso militar revolucionário Dinis de Almeida, numa daquelas tiradas próprias da inteligência de caserna, reconhece que Portugal estava numa situação benévola de Ditadura Militar.
Uma ditadura que sendo benévola era bem mais feroz e ameaçadora do que o Estado Novo, benevolamente autoritário e que os comunistas batizaram de Ditadura para confundirem os ainda mais ignorantes.
A Ditadura que o Dinis fala preparava os militares para o confronto que se adivinhava. É assim que aparecem os SUV (Soldados Unidos Vencerão) que tal como o Ku Klux Klan se apresentam de cara tapada nas entrevistas televisivas, sinal que as suas intenções não eram as mais apropriadas para uma Revolução de cravos. Ali havia gato escondido com rabo de fora como se provou nas eleições de 1999 em que Rosa Coutinho e Vasco Gonçalves surgem nas listas do PCP e o Dinis, mais tarde, fez o mesmo para uma Câmara Municipal.
A capear esta tropa-fandanga, na cintura industrial de Lisboa os comunistas criaram o sindicato da construção civil que sabendo manejar máquinas, picaretas, asneiras e com forte cabedal físico e voz tonitruante eram um reforço de peso e de medo para as populações.
Este Sindicato, em 12 de Novembro de 1975 resolveu cercar S. Bento. Pinheiro de Azevedo, Primeiro-Ministro, manda-os à merda, mas os Deputados acabam por ficar prisioneiros destes loucos que durante 36 horas não lhes permitiram receber alimentos com exceção do PCP, até que o Governo não aceitasse as reivindicações, o que acabaram por conseguir, incluindo uma nova tabela salarial.
Mais uma vez, gato escondido com rabo de fora.
A onda de contestação, de provocação e de leviandade foi de crescendo em crescendo.
Sartre veio de propósito a Portugal verificar as bens sucedidas experiências comunais, as ocupações de fábricas, casas e herdades. Foi até ao Ralis e viu como os majores, os coronéis e os brigadeiros comiam, lado a lado com praças e sargentos, tratando-se fraternalmente por tu.
Sartre que estava velho e incontinente não só teve que refazer algumas das suas teorias filosóficas como passou a urinar mais vezes nas calças e nos sofás, como Simone de Beauvoir relatou.
Aquilo que vai apressar a tomada de posição dos oficiais moderados e que sentem que têm urgentemente de se definir, sob pena de ficarem num regime comunista é, em 21 de Novembro, o juramento de bandeira de 170 recrutas do Ralis feito de braço estendido e punho cerrado e na presença do Chefe do Estado-Maior do Exército, General Carlos Fabião, Brigadeiro Rodrigues da Costa, Coronel Leal Almeida, além de uma delegação de pára-quedistas e de elementos da coordenadora das Comissões de Trabalhadores da Zona do Ralis.
Ao terminar o espectáculo Dinis de Almeida comanda e faz desfilar forças operacionais, orgulho do poder militar.
Melo Antunes corre a sossegar os camaradas moderados. Com a força que lhe conferia ter escrito o Documento dos Nove e a que vieram juntar-se mais 17 consegue adiar, por poucos dias, o confronto.
Acaba por convencer Cunhal a não ativar as forças que ele dominava, fazendo-lhe ver que perderia.
Melo Antunes, como fiel comunista sabia atirar a pedra e esconder a mão, garantiu a Cunhal que saberia defender o Partido Comunista, caso o PC fosse implicado e conotado com os defensores da Ditadura do proletariado.
Álvaro Cunhal chegou mesmo a arquitetar um plano de fuga tal como está escrito a páginas 301 e 302 do livro “Foi assim”.
Vamos saber o que acontece no 25 de Novembro.
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...