Desde o início a Primeira República foi sempre um amontoado de boas ideias, boas intenções, e erros escusados por falta de ponderação.
O Governo, para conquistar o povo prometia tudo, desde o bacalhau a pataco, a liberdade total e greves à vontade dos trabalhadores.
A União Geral dos trabalhadores do Porto, cujos associados eram anarco sindicalistas predispuseram-se a enfrentar o Governo sempre que as reivindicações dos trabalhadores não fossem atendidas.
O anarquismo esquerdista tinha sido fundado pelo russo Mikhail Bakunin que advogava a destruição do capitalismo pela violência.
A partir de Novembro há sucessivas manifestações de estudantes, seguidas de greves.
O Governo, primeiro contemporiza e a seguir manda prender todos aqueles que incitavam à greve.
Dão-se violentos confrontos entre as forças da Ordem e os civis que reivindicam os seus direitos.
Seguem-se greves das companhias de Gás e Eletricidade.
O Governo faz sair um Decreto para terminar com as paralisações que prejudicavam todo o povo. Os grevistas classificam a imposição como um Decreto-Burla. Pois proibia o que antes tinham permitido como sendo um sinal de total liberdade.
O clima de terror era evidente, a que juntavam a falta de alimentos.
Em Janeiro de 1911 são assaltadas e destruídas as redações dos jornais mais moderados: “Correio da Manhã”, “Liberal” e “Diário Ilustrado”.
As greves dos ferroviários são constantes. Os trabalhadores incitados pelo Sindicato Anarquista acabam por ficar sem trabalho tal como aconteceu na fábrica de lanifícios de Alenquer, ao ser encerrada por se recusarem a trabalhar.
Os batalhões de voluntários da República e os Carbonários formam comissões de vigilância para defender o Governo, parar as greves e obrigar os trabalhadores a trabalhar.
Os Governantes tentam suster a loucura. Já não conseguem. Tinham feito demasiadas promessas, que não conseguiam cumprir.
Os preços começam a subir, o desemprego é enorme. A escassez de alimentos é cada vez maior. Os assaltos às lojas são diários. A insegurança é total.
Para agravar a situação aparece um surto de Febre Tifoide.
Mas o Governo tenta fazer o melhor. Em Fevereiro é criado o Registo Civil obrigatório, e, como sabe que a ignorância é que impede o entendimento, coloca João de Barros como Diretor- Geral da Instrução Primária, com todos os meios e incentivos para fazer vingar o ensino.
Em Abril, João de Deus Ramos inaugura o Jardim Escola João de Deus em Coimbra. Raul Lino dará forma aos edifícios.
Com o apoio de João de Barros, eles vão espalhar-se por todo o País.
João de Deus Ramos publica com João de Barros a Reforma da Instrução Primária, desenvolvem a Associação de escolas Móveis, que já vinha do Regime anterior, que toma o nome de Associação de Escolas Móveis, Bibliotecas ambulantes e Jardins Escolas.
Até ao fim da Primeira República serão criados Jardins Escolas João de Deus em Alcobaça, Figueira da Foz, Lisboa e o Museu João de Deus.
O exemplo de João de Deus Ramos é sintomático. Ele trabalha ainda no Regime Monárquico e continua na Primeira e Segunda República (Estado Novo) sem mudar a sua política a bem do conhecimento e desenvolvimento das capacidades intelectuais e humanas dos seus compatriotas.
Em três Regimes diferentes nenhum Governo o impediu que continuasse o seu trabalho.
Os Governos só não prestam quando os Governantes têm medo de Governar e cedem à demagogia dos incompetentes, dos invejosos, dos intriguistas e dos ingratos.
Coloque a máscara. Não arrisque nem ceda a pressões. O mundo está na corda bamba. O familiar inglês do Covid 19 é mais devastador e perigoso. Seja prudente. Proteja-se a si e aos outros. Não facilite. Guarde as visitas e as festas para os próximos Natais e fins-de-ano.
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C.S
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