Continuo a ler o “Diário de Notícias” que festeja século e meio convidando uns artistas para escrever sobre o tempo passado.
O motivo por que o povo não avança e não compra livros e jornais é porque não os entende.
Podia dar o exemplo começando por alguns livros de Saramago, mas como estamos no DN, falemos de jornais.
O jornal deve ter sempre uma linguagem clara e credível. São raros os jornalistas cuja confusão de ideias cativa os leitores.
Para a celebração do século e meio do “Diário de Notícias” foram convidadas pessoas que recordaram um tempo passado. Cada um eximiu o que lhe interessava.
Um recorda a Guerra colonial com linguagem emaranhada que só se torna compreensível quando arrota uns palavrões de caserna, que, esses, o povoléu entende.
Outro diz que “já não vivemos num mundo medieval” mas a escrita continua medieval porque o povo foge dela.
Um outro recorda o fim da Segunda Grande Guerra e aproveita para fazer propaganda à Internacional que ouviu, o que não é nada provável. Caso ouvisse, como miúdo que seria, não teria recordações sobre o facto.
Uma outra fala do mostrengo do Cristo Rei que pede sacrifícios às criancinhas, enquanto ela no escritório do avô, no sofá de couro relembra o que lhe apetece dizer.
Fico-me por 1958, altura em que um tipo que foi Secretário de Estado da Comunicação Social, grande defensor das liberdades dos trabalhadores e sempre de boca cheia defendendo a democracia e os seus direitos, dele, fecha outro Jornal de referência, “O Século” e empurra centenas de trabalhadores para o desemprego. Claro que estou a falar no ex-Secretário de Estado Manuel Alegre, que tem o descaramento de dizer que aprendeu o que era o fascismo, que eu, com a sua idade, nunca tinha conhecido naquela época, mas que soube agora do que fala pois não há maior fascismo do que colocar trabalhadores no desemprego, quando ”O Século” tinha estruturas suficientes para fazer frente às dificuldades. Depois, sua Excelência, fala no social-fascista Cunhal e pespega: “ouvi Álvaro Cunhal dizer: ele corre risco” referido ao General Humberto Delgado.
Talvez esteja aqui o segredo da morte do General sem medo. Cunhal e os poucos comunistas que existiam no País tinham mais medo do General Humberto Delgado do que de dez Salazares.
Sobre este assunto o tema não está encerrado.
C.S
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