Antes do 25 de Abril a maioria dos portugueses eram viciados no trabalho.
Salazar, apoiado em gente inteligente e ávida de tirar o País do marasmo e da miséria onde a Primeira República o tinha afundado teve uma plêiade de ministros e de secretários que nunca regatearam esforços.
Duarte Pacheco e António Ferro ultrapassaram em trabalho e imaginação todas as metas.
António Ferro, além de todas as extraordinárias iniciativas levadas a cabo, conseguiu, com os poucos meios que existiam na altura, mostrar ao povo, através de filmes e dos jornais, todas as obras que o Estado Novo empreendia para que a felicidade regressasse aos portugueses.
Também sucumbi ao trabalho. E no momento de aflição que atravessamos não resisto também a contar uma história de graça.
Tinha entrado de férias grandes. Minha mulher decidiu passá-las no Algarve, mas aproveitou o trajeto para ficar dois dias com a mãe em Lisboa. Minha sogra era adorável e os meus sete cunhados, impecáveis.
Eu gostava de estar com eles, mas passaram oito dias e não seguíamos viagem. Depois de almoço sentei-me a ler o Diário de Notícias. Quando minha mulher passou perto perguntei-lhe: quando saíamos? Ela olhou para mim e respondeu “Estás sempre com pressa. Temos tempo.”
Calei-me. Com mulheres nunca se discute. Continuei a ler o DN e vi um anúncio da Agência de viagens Rodarte. Pedia um guia turístico. Levantei-me, fui até à Rua da Palma. Perguntei pelo gerente. Disse ao que ia.
Fui enviado para o patrão, o Sr. Quirino, homem bem-disposto.
Perguntou-me se eu conhecia bem Portugal. Respondi: como a palma das minhas mãos. “E a Europa?”. Conheço-a quase toda. “Fala línguas?” Inglês, Francês, Alemão. “Chega. Quanto quer ganhar?” O que o senhor me quiser dar. “Quando quer começar a trabalhar?” Já.
E, nesse mesmo dia, juntei-me aos empregados de balcão para conhecer os meandros da casa. Foram dois meses de trabalho intenso que me deram muito gozo. O Senhor Quirino bem tentou que lá continuasse. Pagava-me mais de quatro vezes o que ganhava na Escola. Não aceitei.
Mas não resisto a contar uma das muitas histórias insólitas, mas engraçadas, que se passavam neste País descontraído e muito feliz.
Num dos dias em que estava ao balcão e em conversa com o Sr. Quirino e um médico, seu grande amigo, entra como um furacão uma mulher, já de certa idade e bastante avantajada. No meio do compartimento faz um xixi, monumental, seguido de um traque, quase um trovão.
Eu e o médico riamos às gargalhadas porque a mulher desfazia-se em desculpas, não saía do meio do lago e só pedia um pano e um balde.
O patrão continuava sério, e disse para a mulher: “a senhora não tem vergonha?” “Meu senhor desculpe, desculpe, eu vinha tão aflitinha” “Pedia para ir à casa de banho” - insistiu o chefe da casa.
“O mais grave, depois desse lago, foi a senhora dar um traque, que quase ia deitando o prédio abaixo”.
A simpática velhota pensa uns segundos e diz, ”eu explico, eu explico”.
“Não vejo a explicação, mas diga.”
“ Os senhores, quando vão à casa de banho e fazem xixi, logo que acabam, não dão uma abanadela?”
“Sim.”
“Nós, como não temos nada para abanar, damos uma assopradela”
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C.S
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