- Mariana!
- Não pediu para lhe contar tudo?
- E a seguir?
- Depois de o ter sentido como homem, pensei na loucura que me estava a passar pela cabeça e pelo corpo...
- Eu estou nu.
- Já senti.
- Em vinte e quatro horas perdi dois fatos. Peço-lhe que encontre qualquer coisa para me cobrir. Quero ver como está o meu gabinete.
“Enrolado no pano branco que cobria a marquesa, Daniel viu, estupefacto, o que tinha acontecido.”
- Não existe. Simplesmente não existe.
Depois, voltando-se para o nada que o cercava, abeirou-se da janela, colocou os olhos no Céu e gritou furioso:
- Vocês não podiam ter feito isto! Não podiam! Tenho direito às minhas opções! Vocês não podem obrigar-me a fazer o que eu não quero!
- Fala sozinho?
- Esqueça!
- Esquecer, esqueço, mas estou a ficar preocupada. Oiço-o falar com os espíritos...
- Por favor, Mariana. Não seja infantil.
- Eu ouvi.
- Esqueça o que viu e ouviu.
- É difícil esquecer quando se acredita nos espíritos que equilibram o corpo.
- A matéria contém as virtualidades.
- Aquilo que aconteceu é fruto do espírito que nos acompanha.
- Esqueça.
- A evidência diz-me que um espírito se revoltou contra a matéria.
- A matéria e os espíritos não largam as características iniciais da vida.
- O que aconteceu é algo de anormal.
- Acredita em fantasmas?
- Acredito em espíritos. Sei que podem acontecer coisas inexplicáveis e imprevisíveis. Eu vinha de uma vidente que me deixou bastante preocupada com aquilo que me disse. Mas para lhe ser franca, eu acredito e não acredito e, por isso mesmo, não dou grande importância a visões trágicas, embora aquilo que sucedeu...sim, pode ser o começo de algo muito terrível que está para acontecer.
- Não seja sugestionável. O poder está na matéria.
- E o espírito?
- O espírito vive em outro espaço.
- Os espíritos ficaram em tudo quanto existe desde a criação do Universo.
Coloque a máscara. A ignorância não está em pedir aumentos. A ignorância está em fazer greves que impedem os Governos de os poder dar. Prejudicam os trabalhadores e o povo em geral.
Foram as greves que mataram a Primeira República, 1910-1926, e assassinaram o Primeiro Ministro António Granjo e Machado dos Santos, em 19 de Outubro de 1921. os Homens a quem Portugal deve a República.
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C.S
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