Podia fazer uma lista de povos com quem contactei e que são excecionalmente inteligentes.
O ano passado ao necessitar de um arranjo num telemóvel entrei numa loja onde estava um jovem que me percebeu só em inglês e com grande dificuldade. Mas devido à sua simpatia e preço muito inferior ao da concorrência perguntei-lhe se queria aprender português. Aceitou imediatamente.
Ele é do Nepal e perdia clientes por não os compreender. Conheci alguns. Ao fim de um mês entendia, falava e escrevia, com erros aceitáveis.
O rapaz é um técnico fabuloso. Uma firma de Lisboa veio buscá-lo e paga-lhe muito acima do habitual.
Nos cursos tirados no Nepal, não muito longos, mas todos baseados na prática e na informação através da Internet tornou-se um perito nestes caminhos digitais que entram no infinito, onde não existem impossíveis.
Sempre tentei entender o que fazemos e por que erramos tanto se a vida é tão simples na sua aparente complicação.
Muito antes destas técnicas que ensinam à distância resolvi verificar por que chumbei no Liceu. Depois de matutar, durante algum tempo, disse para mim: chumbaste por cabulice. Mas por quê a cabulice? Pelo desinteresse das aulas, pela chatice de ouvir ladainhas que obrigavam a ser decoradas e que, se não fossem ditas como estavam escritas nos livros, a nota era negativa mesmo que a ideia estivesse certa.
Resolvi testar a minha ideia em jovens que necessitavam de explicadores para, sem ir a aulas no Liceu ou nas Escolas Comerciais e Industriais, fazer os exames que os levariam à Universidade se fosse essa a vontade.
Depois de os ter durante os primeiros quinze dias para fazerem o segundo ano convencia-os a fazer o segundo e o quinto de letras. Hoje sexto e nono. Em ciências entregava-os a um Coronel que assistiu ao desmoronar da Índia e da sua patente.
No ano seguinte convencia-os a fazerem o sexto e sétimo de letras, hoje décimo primeiro e décimo segundo.
Lecionava todas as disciplinas destes últimos anos e só uma vez me esforcei um pouco mais, quando o Tomás queria ir para Cássicas e não encontrei professor para o Grego, que eu tinha dado quando fiz o sexto e sétimo no mesmo ano, para entrar em Filologia Românica. Tinha como disciplinas Português, Francês, Grego, Latim, Filosofia e Organização Política.
Como fui expulso do Colégio do Fundão, por bom comportamento e língua afiada, pelo Dr. Meneses, arranjei um seminarista que tinha largado a sotaina, para me dar o Grego e o Latim. Com o Tomás, para não o deixar ficar descalço tive de rever o Grego para o ensinar.
Depois de ter provado, a mim mesmo que o ensino era de uma simplicidade tremenda e que que eu não era uma besta, pois todos os alunos passavam, lá me convenci que a minha burrice não passaria de cabulice. A honra do convento estava salva.
Continuei a preocupar-me mais com os outros do que comigo mesmo para compreender o mundo. Foi assim que a minha esperança continuou a estar focalizada no ser humano.
Com as Novas Tecnologias aprender é bem mais fácil.
Espero assim que a era digital e a capacidade dos portugueses façam que o sarro e o atraso de muita gente acabem e eu possa morrer descansado neste país de sonho, a que as mulheres darão sempre toda a sua força, já que em beleza, carinho e inteligência são o esteio dos visionários para reerguer Portugal.
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C.S
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