A vida, a partir dos oitenta e quatro começa a ser uma chatice, mais por causa da turbulência do mundo do que pelos dissabores que os anos provocam.
A vida até aos 90 seria pão doce se a informação em catadupa e destrambelhada não perturbasse os velhos. Falo dos portugueses, que tinham vivido 41 anos de calma, ponderação, trabalho e progresso.
O trabalho, o incitamento ao trabalho, a segurança, a saúde que os alimentos ajudavam a enrijecer o corpo, o aumento da população, a fraternidade que existia e o exemplo dos que “por obras valorosas se libertaram da morte” fizeram de Portugal um oásis que só a Revolução envenenada, pelos políticos vindos de Leste, desvirtuaram.
Na altura chamei a atenção dos Militares para o que estava a acontecer e o que iria suceder. Em vez de me darem ouvidos, levaram-me a tribunal, coisa que nem Salazar nem Caetano, fizeram.
Mas, para os velhos, isso pouco conta. Nem os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço, frase que inventaram para se vitimizarem, nem os velhos temeram os comunistas portugueses nem nunca evitaram denunciar os seus erros e crimes. Na Assembleia da República tive oportunidade de dizer ao infame Álvaro Cunhal, que entre ele e Alcapone ou havia diferença ou havia prisão.
Tive sempre liberdade antes do 25 de Abril. Em 1960, publiquei o livro “Tu Cá, Tu lá”, está aberto na Internet. Quem o ler pensará que era comunista. Erro total. Só o ser humano me interessa, seja da Esquerda, da Direita ou das Extremas.
Foi por ter sido sempre assim e amar Portugal e as mulheres acima de tudo o resto, que a vida, sem qualquer apoio medicinal, exceto aquele que era obrigatório nas Escolas, como a vacina contra a Tuberculose, me têm mantido saudável e escorreito, mas, depois dos oitenta, insatisfeito por causa dos achaques mundiais supracitados.
Os velhos vivem entre o desejo da Eutanásia e a continuação da vida.
O desejo da morte para se libertarem desta confusão, da demagogia imbecil que contamina imbecis e irrita quem acha que a vida tem de ser amor, inteligência, progresso, e o desejo de viver para ainda emendar erros cometidos no passado e ressarcir os prejudicados-
Em síntese, este é o grande drama dos velhos.
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C.S
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