A queda do avião nos Alpes e que vitimou 150 pessoas fez-me recordar uma situação idêntica quando há mais de 57 anos e devido a grandes perdas de altitude toda a gente gritava, chorava, vomitava.
Eu, com a cabeça entre os braços e apoiado no suporte para leituras e refeições só dizia para mim:
Vais morrer como um cão. Não fizeste nada de importante na vida. Os teus pais vão ficar destroçados. És filho único.
O avião subia, subia e de repente vinha por aí abaixo como uma pedra.
Quando, finalmente chegámos a Lisboa com o avião nauseabundo e cada um a esgueirar-se o mais rápido possível daquele tenebroso esquife, eu, meio bêbedo, só tinha na cabeça que devia fazer alguma coisa de útil. Não queria morrer como um cão.
Passados uns meses saiu um livrinho de versos, meio coxos, mas que ofereci com toda a alma a Portugal, garantindo-lhe que iria trabalhar com todo o denodo e o máximo de capacidades.
Inscrevi-me no SNI e entrei imediatamente. Passadas algumas semanas passei a trabalhar na secção do Sr. Pereira Forjaz e Direção do Engenheiro Álvaro Roquette. Quando de lá saí, para o meu lugar entraram quatro funcionários.
O Engenheiro Álvaro Roquette, um dos homens mais puros e honestos com quem trabalhei, algumas vezes me perguntou se eu nunca me cansava. Aquilo que se faz por prazer nunca cansa, estimula mais.
Depois daquele susto, mais por não ter feito nada de útil do que por morrer, modifiquei-me. A vida nunca me entusiasmou. Só as mulheres e os livros aguentaram este insatisfeito. Estudava quando me apetecia, enfrascava-me de livros escritos em Espanhol pois apaixonei-me por Espanha quando julgava que a odiaria devido aos conflitos e ao receio permanente que nos invadisse. Éramos educados a estar sempre de pé atrás com os Espanhóis.
Em Tourém, Montalegre, havia um professor que ensinava a miudagem a jogar ao pau, para, se os espanhóis aí viessem, os correr à cacetada. Santa ingenuidade. Como os tempos eram felizes.
Estudar nicles. Depois da descida supersónica tornei-me um viciado no estudo e no trabalho. Ainda hoje, o mais tardar que acordo é às cinco. Bem quero ficar na cama até às sete. Raramente satisfaço o pensamento. Cedo ao impulso e salto da cama no Inverno ou no Verão com o mesmo prazer.
Se não escrevo ou leio, passo o tempo a pensar como resolver a desgraçada situação em que os portugueses se encontram.
Há duas vias que reputo fundamentais para esgravatar neste mundo global que nos espera e acredita na inteligência, no trabalho e na dedicação dos portugueses.
Saber línguas e uma boa especialização em informática dá para entrar em qualquer país e aí mostrar quanto vale um português.
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...