Domingo, 27 de Abril de 2014

O poder dos militares nos governos Portugueses

Julgo que depois destas tonitruantes manifestações populares dos quarenta anos do 25 de Abril já será mais do que tempo para regressar ao trabalho e resolver a crise com o dinheiro dos capitalistas e o suor do povo a quem rangem os ossos e começam a ranger os dentes.

A Antena1 fica verdadeiramente deslumbrada com o populista que saqueou o povo e faz-lhe a propaganda. Mas ninguém esquece as viagens, a Fundação Soares e a sórdida e infame demagogia com que engana o povo.

Para terminar este bloco de Blogues sobre a desmistificação da eficiência dos políticos e da sua desonestidade, deixo uma palavra aos militares para também os desmontar da sua ingenuidade ao sacudirem as culpas dos governos a que pertenceram.

Os militares, no Regime anterior, foram indubitavelmente muito mais eficientes e menos visíveis embora não estivessem sempre nos quarteis, e ocupassem cargos de topo nas empresas nacionais.

Caso de Spínola como administrador da Siderurgia.

Ao falar no assunto nem é vindicta. Nada me move contra os militares. Tenho muitos amigos militares.

É notório que não concordo com a Instituição não só em Portugal mas em todo o mundo. Os homens não apareceram neste vale de lágrimas para andarem aos tiros uns aos outros.

Também já afirmei várias vezes que o Golpe do 25 me deixou indiferente e o aceitei como algo natural. Sabia que, Marcello Caetano, por diversas vezes tinha querido sair do Governo e que tinha avisado Spínola e Costa Gomes, logo a seguir ao Golpe das Caldas, que entregaria o Governo se outro acontecimento semelhante se concretizasse. Ele conhecia todas as reuniões dos capitães.

A história é longa, há quem a tenha escrita e só não é publicada por razões de respeito a outros colegas militares, que foram grandes amigos de Silva Pais.

Os militares foram os grandes beneficiados do regime desde o 28 de Maio de 1926, e desde a Ditadura Militar, encabeçada por Óscar Carmona, tal como ele escreve ao prefaciar o Livro “A Ditadura Militar” de Leopoldo Nunes, impresso na empresa do Anuário Comercial.

Até ao fim do Estado Novo, os militares foram os únicos que fizeram o que bem entenderam e a quem Salazar e Marcello Caetano sempre submeteram os seus pareceres.

Ao aceitar a pasta das Finanças, o primeiro discurso, em 27 de Abril de 1928, poucos dias depois de ter recebido o cargo, dirige-o ao General Vicente de Freitas que era o Presidente do Ministério (Primeiro-Ministro), a quem dá contas do que pretende fazer.

Por este começo verificamos que temos dois militares no topo. Há mais, mas consideremos só os dois: General Carmona, Ditador e Presidente, General Vicente de Freitas, Primeiro-ministro.

E nos anos seguintes o que encontramos?

Nos territórios do Ultramar, Governadores militares.

Na Censura, os coronéis do lápis azul.

Na Legião Portuguesa, o General Fernando Oliveira.

Na PIDE/DGS, o major Silva Pais, que ficou na DGS até dia 26 e só quando Spínola lhe telefonou para se ir deitar ele saiu do seu posto.

Na Polícia, na Guarda Fiscal e na Guarda Nacional Republicana sempre militares de topo.

Como Ministro da Guerra, o capitão Santos Costa.

Por esta panóplia, bastante mitigada, pode-se ver que os militares é que foram sempre os grandes senhores de Portugal e, se não mudaram o regime há mais tempo foi porque isso lhes convinha.

Vir pretender correr com o Governo à cacetada é que é inadmissível.

O povo pode pegar-lhes na palavra e isto dar para o torto.

Fiquemos por aqui. Façamos as pazes. Deixem-se de baboseiras à Soares multimilionário. Vamos ao trabalho.

C.S

publicado por regalias às 06:54
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