Desde sempre o criticar a vida alheia foi vício português.
Lembro-me, tinha aí os meus onze anos, ouvir minha mãe, que estava com uma amiga à janela observar os passantes, numa noite cálida de Outono, falarem sobre aquilo que faziam e não lhes parecia bem. Eu que raramente prestava atenção às conversas, nesse dia ouvi e senti-me mal. Disse a minha mãe para mudar de assunto.
Minha mãe olhou-me admirada pela ousadia, mas como era uma pessoa inteligente, que lia muito, mas só tinha o ensino Primário, pensou uns segundos e respondeu-me: “Nós temos de falar de alguma coisa”.
Já adulto verifiquei, com desagrado, que nas Instituições do Estado, a intriga, a coscuvilhice invejosa e de má formação era normal na anormalidade de quem a praticava. Nas Escolas, os professores baixavam a níveis tão inferiores que nunca os seus alunos podiam beneficiar do seu ensino, quando a sua formação se escorava na inveja mesquinha.
A matéria que ensinavam saía de corpos envenenados.
Nos areópagos políticos a intriga é devastadora. Ouvi diretamente acusações gravíssimas contra um ex-Presidente da República, pensando que eu lho iria dizer. Um dos Ministros chegou mesmo a dizer, depois do Ramalho ter votado contra um documento que ele pensava importante: “Vai, vai dizer ao teu amigo, a burrice que cometeu”. Eanes nunca soube de mim, algo que alimentasse a discórdia. Ele está vivo, pode testemunhar. Mas também sempre o defendi, sem nada lhe comunicar.
Lembrei-me destes assuntos depois de a Sra. D. Ângela me ter enviado o porquê de ter saído de um Organismo de Estado. Passo a citar:
“Se chego a horas…sou chata
Se me atraso…sou abusadora
Se ando alegre…ando aluada
Se me mostro reservada…ando de trombas
Se me preocupo com o trabalho…tenho a mania que sou boa
Se não me preocupo…sou irresponsável
Se faço um elogio…sou uma engraxadora
Se fico depois da hora…estou-me a fazer importante
Se saio à hora…estou-me nas tintas para o trabalho
Se insisto no meu ponto de vista…além de teimosa sou muito convencida
Se tento ajudar…tenho a mania que só eu é que sei
Se não ajudo…tenho medo que se apoderem dos meus conhecimentos
Se alinho na má-língua…sou boa rapariga
Se não alinho…tenho mau feitio
Se mostro desagrado por tantos “SES” que me apontam…sou maluca.”
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C,S
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