Em 1912 o Parlamento é invadido por populares famintos e desesperados.
No Montijo, a greve dos trabalhadores rurais vai fazer um morto e seis feridos.
Carlos Rates diz aos rurais que foram enganados pelos Republicanos e que o caciquismo é igual ou pior do que na Monarquia. Afirma que os Republicanos fizeram apenas uma Revolução política, sem fazerem uma revolução Social.
Mais tarde, Carlos Rates vai ser Secretário Geral do Partido Comunista, que abandona desiludido e apoia Salazar devido precisamente à sua política social.
Na Moita é assassinado o Presidente da Câmara.
O Governo decreta o estado de sítio entre 10 de Janeiro e 17 de Fevereiro.
No dia seguinte é atacada a Casa Sindical e os Sindicalistas são sovados com ferocidade pelos militares e carbonários. Como as prisões estão a abarrotar são metidos nos porões de navios. As fragatas D Fernando e Pêro de Alenquer são atulhadas de presos. Chamam-lhes prisões políticas, mas os que ali estão são 90 por cento analfabetos, cuja política era o preço do pão, da carne, do peixe, do leite.
Os vadios e os pedintes são às centenas.
A Caixa Económica Operária abre portas à Universidade Livre de Lisboa. Há esperança que a cultura e o Bom-senso ajudem a resolver ou a minorar muitas das dificuldades, fazendo entender às pessoas que só o trabalho e a paz conseguem resolver os problemas mais graves.
Alastra em Lisboa uma epidemia de Tifo. Morrem mais de 250 pessoas.
Alfredo Bensaúde funda e dirige o Instituto Superior Técnico.
A Carris volta às greves entre 29 de Maio e 24 de Junho.
Afonso Costa vendo o resultado das greves, agora opõe-se àquilo que tinha sido uma das suas principais bandeiras para alcançar o poder. É acusado de racha-sindicalistas.
As Organizações Internacionais reclamam contra a situação infra humana a que estava sujeito o povo e às condições em que os presos viviam.
Afonso Costa resolve visitar o Limoeiro. Sai de lá tão cheio de piolhos que quase morre de susto.
A partir de 9 de Julho de 1912 reaparece a censura. Vários jornais são encerrados.
É proclamado o estado de sítio nos Concelhos de Chaves e de Montalegre.
Sampaio Bruno que dirigia o Diário da Tarde é espancado por ter criticado a Ditadura Revolucionária em que o país vivia. O Jornal é encerrado.
O Governo acusa os Jornalistas de serem os grandes culpados do que estava a acontecer.
Mas um jornalista estrangeiro afirmava-se confuso com a maneira de proceder em Portugal. Conhecia vários países do mundo, onde todos afirmavam que os Portugueses eram os melhores trabalhadores, os mais competentes, ordeiros e se impunham pela sua ponderação e inteligência. Em Portugal eram verdadeiros anarcas, que não respeitavam quaisquer regras.
Nas Olimpíadas de Estocolmo morre por insolação o maratonista Francisco Lázaro.
A partir de 21 de Setembro os funcionários públicos são obrigados a possuir um cartão de identidade que os identifique.
Elementos do Partido Republicano Português, PRP, invadem a Câmara Municipal do Porto gritando Viva a Canalha! (o povo).
Em Novembro os políticos António Granjo e Álvaro de Castro envolvem-se num duelo. Meses antes, Norton de Matos e Egas Moniz tinham feito o mesmo. O povo via estes exemplos e fazia o que a fome lhe ditava.
Em Dezembro o Presidente Manuel Arriaga pede ao Governo que o Clero seja perdoado e que aos presos políticos seja permitido andarem sem capuz nas prisões. Eles iam pensar.
Coloque a máscara. Os Vírus não respeitam nem Reis nem Presidentes, nem ricos, nem pobres, nem aqueles que falam demais sem necessidade. Se encontram uma boca aberta, entram.
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C.S
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