Em 9 de Janeiro de 1913, Afonso Costa é empossado como Presidente do Conselho (Primeiro-Ministro).
Os Jacobinos, apoiantes de políticas extremistas, como eram conhecidos os amigos de Afonso Costa iam, finalmente mostrar como se Governava.
O Governo requisita de imediato o Tesouro da Sé de Braga. Todo o povo da cidade dos Arcebispos se levanta e impede que as peças sejam derretidas na capital.
As prisões, as bombas e as mortes aumentem em flecha.
O Governador Civil de Lisboa, Daniel Rodrigues cria uma rede de informadores chamada “Formiga Branca”. Era uma espécie de polícia irregular do Partido Democrático que servia para apanhar conspiradores. Especializada em assaltar jornais. Eram chamados comités de vigilância e extremamente agressivos.
Machado Santos, a quem se deve o sucesso da República, como não concordava contrapôs a estas milícias, outra não menos violenta, chamada “Formigas Pretas”.
Afonso Costa acredita que muitos dos males vinham das contas desequilibradas e, durante um ano propôs-se equilibrá-las, e equilibrou, mas a violência continuou.
O povo não entende o alcance da medida e as Varinas, que de Ovar tinham conquistado a simpatia da Capital com os seus pregões, resolvem entrar em greve. Com a falta de pescado, os preços do mesmo aumentou. O prejudicado continuou a ser o povo que todos os dias amaldiçoava o Governo e os Governantes.
O Governo aproveita tudo para melhorar a situação do país. Transforma o Convento do Quelhas em Instituto Superior do Comércio.
Mas por ingenuidade ou cansaço permite que a Duquesa de Bedford visite as cadeias do Aljube, Limoeiro e Penitenciária. A Duquesa ficou horrorizada e cheia de pulgas e piolhos viu as condições degradantes em que se encontravam os presos. Não disse nada, Mas mal chega a Londres coloca tudo nos jornais e o descrédito de Portugal aumenta.
Machado Santos e Lima Dias fazem mais uma revolta, que o Governo abortou. Eles e os companheiros são todos deportados para os Açores.
Os assaltos são constantes. Ninguém anda seguro nas ruas e muito menos nas estradas.
Em Maio são apreendidas as tiragens dos jornais “O Sindicalista” “O Socialista”. “A Revolta” e “A Cambada”.
Brito Camacho clama que os assaltantes e as Revoltas são feitas por indivíduos que só querem o mal do País.
O povo tinha perdido a cabeça. A miséria era muita e a fome cega até os mais moderados.
Em 10 de Junho num cortejo de crianças para celebrar Camões, o nosso maior poeta, são lançadas bombas. Pernas, braços e cabeças espalham-se pelo Largo que se transforma num mar de sangue, gritos e choro.
São de imediato presos os Sindicalistas com culpa ou sem ela e enviados para o forte de Elvas. Nas prisões de Lisboa não cabia mais ninguém.
Em Julho há mais duas revoltas que falham.
O Governo tenta acertar, mas não consegue. Se é difícil governar em tempo de paz, em tempo de revoltas, greves e fome é impossível.
Para agravar a situação a Inglaterra e a Alemanha resolvem dividir as nossas Colónias entre as duas potências. A Inglaterra nem se importa que a Espanha anexe Portugal. Mas a Espanha sabe que Portugal, mesmo a cair de podre, é um osso duro de roer.
Coloque a máscara. Há sempre um Vírus à espreita dos mais descuidados.
Anterior “Primeira República 1910-1926, Promessas e miséria IV”
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...