João Lopes Porto considerava João Cardona Cravinho um homem honestíssimo e dos políticos mais inteligentes que ele conhecia.
O João Porto era do mesmo quilate: não vergava perante um desaforo feito a um colega de Partido.
Quando Freitas do Amaral me fez um processo, que perdeu, o João foi o único que me defendeu e justificou a minha atitude, quando o CDS ajudou a derrotar Nobre da Costa.
Eanes, no dia anterior, tinha-me dito, com aquele à vontade de Beirão: “já tenho Primeiro-Ministro, o teu patrão vai votar Nobre da Costa”.
No dia da votação, Freitas, ordena ao Grupo Parlamentar para votar contra. Disse-lhe imediatamente que votava por Nobre da Costa.
À Noite, na altura da votação, o Freitas lembrou-se do que eu disse, veio à minha bancada e perguntou-me: “vota connosco?” Não. “Então saia”. Não saio. O grupo viu o chefe tão aflito que me envolveu. Cada um implorava que saísse. Perante a avalanche de vozes de bons amigos, saí. Mas quando me preparava para abandonar a Assembleia na companhia do Padre Anselmo Borges a quem eu dava boleia até Tomar, a Secretária veio em corrida pedir-me para não abandonar o Parlamento pois havia uma reunião a que tinha de assistir.
Depois da votação e derrota de Nobre da Costa entrei no areópago onde fui surpreendido com o processo apresentado pelo Presidente do CDS.
O prélio durou até às cinco e quarenta da manhã. Freitas tinha sido derrotado, com votação de braço no ar, para ter a certeza que ganhava. Perdeu. Eu não fiquei contente. Admirava Freitas do Amaral pela sua inteligência, saber e memória fabulosas, mas era um mau estratega. O Padre Anselmo Borges tinha seguido as discussões em voz alta. Ele estava sentado junto de uma porta da sala do CDS. Tive de lhe contar o que aconteceu sob juramento. O assunto era secreto.
No Clube dos Empresários, num jantar de consagração ao vencedor das Presidenciais com 46,31% na Primeira volta; mais uma vez, perante os rasgados elogios ao candidato da vitória certa, levantou-se o surdo a estragar a festa. Fiz uma pequena alocução demonstrando que ele podia perder. O Dr. Proença de Carvalho veio ter comigo e perguntou-me onde estava a minha certeza. Respondi-lhe que o Professor se queria ganhar tinha de falar comigo.
Algum dos que me lê, falou comigo? O Professor também não. Perdeu.
O Problema do Freitas era só falar com os Generais. Mas são os sargentos e furriéis que arrastam as tropas para o combate.
O Engenheiro João Cravinho, homem que o João Porto nunca esquecia de trazer à baila quando estava com ele na Cidade invicta, é na verdade de toda a confiança para liderar a Regionalização.
É certo que João Cravinho, não conseguiu levar avante a sua luta contra a corrupção e por isso deixou a nave de loucos, que rejeita os mais capazes.
O povo hesita porque deixou de acreditar. Deu o sinal quando rejeitou, em referendo, a regionalização e mais tarde elegeu o Dr. Oliveira Salazar como o maior Português de sempre.
Será que os Governantes são cegos, surdos e burros perante os avisos do povo?
Com João Cravinho acredito que a Regionalização vá avante, mesmo que algumas vozes discordantes pensem que o País é pequeno demais para estas mordomias. Esquecem a Suíça que é metade de Portugal.
Óculos, juízo e vontade de trabalhar é aquilo que falta.
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C.S
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