Tinha cinco anos, quando no dia de hoje, há oitenta anos, fui com meus pais visitar a Exposição do mundo Português.
Dos dez dias que passámos em Lisboa, pelo menos em oito, fui todos os dias jantar e passear por todo o recinto da Exposição e experimentar tudo quanto havia de brincadeiras e distrações para os miúdos.
Era um deslumbramento que tinha começado uma centena de quilómetros antes, na estação do Entroncamento, apinhada de gente que ali afluía para trabalhar na Barquinha, na Golegã, em Torres Novas ou estava aquartelada por aqueles lados. O movimento era espantoso. Nunca tinha visto tanta gente junta. As máquinas a vapor eram o máximo. Adorava o “pouca terra, pouca terra” e o fumo das máquinas que eram muitas.
Se não tenho visto a Exposição já me dava por muito feliz por ter passado pelo Entroncamento, terra que nunca mais esqueci.
Salazar, tinha dado uma volta de 360 graus ao país, aproveitou a ideia para comemorar a Independência de Portugal. Tinha nascido em 1140 e restaurado a Independência em 1640, depois de os espanhóis terem ocupado Portugal, por direito familiar. Desde 1580 não tínhamos rei. Eles, por herança, podiam fazer o que fizeram. Alguns portugueses não acharam graça ao que consideravam uma ocupação. Ao fim de sessenta anos correram com os nossos amigos para su sítio.
Salazar aproveitou a data de 1940. Recordou 1140 e 1640, para dar mais ênfase ao assunto e chamar a atenção para a obra realizada desde que ele tinha entrado para o Governo, o Estado Novo a seguir à Constituição de 1933, e a ótima qualidade de todos os outros ministros.
Ele tinha fama e proveito de ser bastante forreta. Com a Exposição alargou os cordões à bolsa e mostrou que dinheiro e um bom Governo são as bases essenciais para os povos não caírem na miséria, em que a grande maioria dos Portugueses viveu na Primeira República.
Salazar logo no ano em que entrou para o Governo, 1928-1929, pôs as finanças em ordem. Preocupou-se em aumentar impostos que mais agravavam a classe possidente e, por esse motivo, nem sempre os capitalistas estiveram do seu lado. Ele não se importava. Quem o preocupava era o povo; e era para esse povo que ele teria de passar a mensagem, mostrando que do trabalho, da paz e da segurança nascia tudo, e todos sairiam beneficiados. Como os analfabetos rondariam os 70% só mostrando-lhes que já havia dinheiro para fazer uma exposição com aquelas proporções e em tempo de Guerra, eles compreenderiam o valor dos sacrifícios pedidos a todos. .
Tinha começado a Segunda Guerra Mundial, o povo podia confiar no Governo e seguir as suas orientações.
A ideia resultou. Além de fazer a renovação urbana da Zona Ocidental de Lisboa, o povo viu obra. Pela Exposição passaram mais de três milhões de portugueses.
Os portugueses rondariam os seis milhões e meio, na totalidade.
Os outros europeus andavam em guerra.
Salazar até isso conseguiu fazer; evitar a guerra e convencer Franco a não permitir que Hitler instalasse bases em Espanha.
Era admirado em todo o mundo. As revistas estrangeiras não se cansavam de mostrar como a honestidade e a inteligência dos homens podem e devem ser colocadas ao serviço dos povos.
Anterior “Preciso apenas de cumprir o meu dever”
C.S
. Portugal, País de marinhe...
. Acredito na inteligência ...
. Todos mandam, ninguém se ...
. “Liga” perde combate na c...
. Em 146 a.C destruíram Car...
. O fim da guerra com estro...
. Estupidez criminosa alime...
. Tanto quis ser pobre, que...