Segunda-feira, 24 de Agosto de 2015

São as dificuldades que estimulam o engenho

Quem nasceu poucos anos depois da mal sucedida Primeira República, 1910-1926, que ontem recordei por ver os rostos desfigurados de mulheres e crianças que para fugir às hediondas guerras de que três países ocidentais são culpados por leviandade dos seus Governantes, se encontravam entre a Grécia e a Macedónia. Para sobreviver tiveram de comer as ervas dos caminhos tal como sucedeu na democrática Primeira República em que os políticos se apresentavam sempre gordos e anafados e o povo pálido e mirrado.

Depois de os dois primeiros anos de Ditadura Militar é chamado para Ministro das Finanças Oliveira Salazar. Como a miséria era geral e a Sociedade das Nações para emprestar os milhões pedidos exigia que fosse ela a dizer como deviam ser aplicados, nem os militares nem Salazar aceitaram o vexame.

Para conseguir resolver a situação e fazer progredir o país só havia duas maneiras: evitar as importações e trabalhar os campos.

Portugal passou a comer só o que semeava e a vestir e calçar o que as poucas fábricas produziam. Quanto a estas os preços eram tabelados, de maneira que as pessoas de mais fracos recursos tivessem acesso aos produtos.

Como muitas importações estavam proibidas o português teve de puxar pela cabeça e fazer tudo o que lhe era necessário para manter os carros a andar e as fábricas a laborar. A partir desse momento apareceram mecânicos excecionais, bate-chapas insuperáveis, torneiros fabulosos.

Raramente Portugal gastava dinheiro nos países estrangeiros. Só o fazia quando não tinha havido qualquer experiência sobre o assunto. Foi o caso do navio Gonçalo Velho, que Salazar só o comprou quando teve dinheiro para o pagar a pronto.

A fama dos mecânicos portugueses era tanta que a Espanha solicitava-os frequentemente porque os seus serviços de transporte caíam de podres: tanto os autocarros como os comboios.

Lembro-me que o Sr. João Rocha ia com frequência de Penamacor a Salamanca, a pedido do Alcaide para resolver problemas impossíveis de solucionar. Para o João Rocha nunca havia impossíveis.

Hoje, com as tremendas dificuldades por que milhões de portugueses estão a passar, os Governos insistem em deixar importar não só os automóveis que estão na última moda, como alhos, alfaces, batata, leite e podia encher duas páginas de produtos que nos comem aquilo que não temos, que nos aumentam a dívida, que nos fazem gritar contra a austeridade, mas que infantilmente continuamos a importar porque os políticos ganham bem e democraticamente não querem que ninguém os chateie.

Afinal, a democracia é boa para os ricos e deixam os pobres cada vez mais pobres. Que grandes farsantes que o 25 arranjou!

C.S

publicado por regalias às 05:44
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