Ao ler um texto de Fernanda Câncio, no DN, sobre a ideia do PS criminalizar o sexo entre maiores e menores de 14 e 16 anos, veio-me ao pensamento a conversa que tive com um jovem cigano.
Vinha de Espanha e dirigia-me à Guarda, cidade do frio, dos amores e dos calores que eles provocam.
Um cigano pedia boleia quase no meio da estrada. Parei o Mercedes que tinha lavado e escovado em Salamanca e verifico que o cigano estava bastante sujo. Quando entrou não resisti a uma chalaça.
- Bom dia. Podias ter pelo menos lavado a cara.
Ele não respondeu.
- Que fazes?
- Era vendedor de burros e outras bestas.
- Eras e já não és?
- O meu sogro é que tem os animais e eu já não vou trabalhar com ele.
- O teu sogro? Que idade tens?
- Dezoito, mais ou menos.
- E a tua mulher?
- 12 anos.
- E onde está ela?
- No acampamento.
- Conta lá isso, para ver se eu te entendo.
- Foi tudo por causa do café. Eu acordei e disse-lhe para ir fazer o café. Ela começou a dizer que não ia. Começámos a discutir e dei-lhe duas lambadas. Ela levantou-se e foi contar ao pai. Eu já sei o feitio dele, levantei-me e meti-me em direção aos pinheiros. Ele apareceu imediatamente com uma espingarda e ferrou-me dois tiros a matar. Felizmente que o pinheiro era grosso, mas os chumbos passaram-me por cima do corpo. Atirei-me para o chão depois dos primeiros tiros e fugi o mais que pude e ele sempre atrás de mim e a atirar.
Estava explicado o estado lastimoso do rapaz.
- E agora que vais fazer?
- Ainda não sei. Mas com ele já não quero trabalhar.
- E a tua mulher, não gostas dela?
Encolheu os ombros.
- Porque casaste?
- O meu sogro, um dia que estava bêbado disse-me: amanhã casas com a minha filha e eu casei.
Estávamos a chegar à Guarda.
- Tens dinheiro?
- Não.
Conduzi até ao jardim da cidade, dei-lhe 20 escudos e disse-lhe: entra no café Mondego, pede um galão e vai aos sanitários lavares as mãos e a cara.
A libertinagem que assolou Portugal depois do 25 de Abril deu aso a exageros que ganharam asas.
O ser humano, por todo o lado, teima em regredir até ao momento em que levantou as patas do chão e transformou os sons em palavras.
Está a atingir o Zenit e apresta-se a estoirar através do nuclear. Entrámos através do Big Bang, saímos em BIG BUNG!
Os Deuses da imaginação e da Esperança morrem connosco.
O poeta enganou-se ao afirmar que tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Somos um projeto de alma. Não a conseguimos concretizar.
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