O pobre era olhado como um familiar.
O Bucha, o mais pobre da vila, tinha 5 anos, a minha idade, almoçava lá em casa, caso contrário eu não comia ou comia muito pouco.
Todos os dias, minha mãe, repetia as palavras de Salazar “era preciso poupar”.
Os pobres saídos da Primeira República eram ainda aos milhares e o Estado não tinha dinheiro para os proteger. Sobreviviam pela caridade alheia.
Tantas vezes ouvi aquela ladainha, que na minha cabeça, se fixou para a vida que eu queria ser pobre para saber como era, e acabar com a pobreza.
Quando casei, discuti, muitas vezes, este assunto com a minha sogra, Dona Mariana Salema Corte-Real, que me garantia ser impossível.
Ao nascerem os meus três filhos e o padrinho de cada um ser um dos homens mais ricos dos EUA, Edwin Budge Mead, que lhe garantira que me levava para a América.
E veio cá três anos seguidos para apadrinhar as crianças, mas não conseguiu seduzir-me pelos milhões de dólares e terrenos que me oferecia.
Os portugueses pobres não tinham preço, Enquanto eles não vivessem bem, eu não deixaria a ideia.
Em 1976 fui eleito Deputado à força, Só aceitei, por muita insistência, de dois saudosos amigos, o advogado Manuel dos Santos Machado e o professor Manuel da Silva Guimarães. Ainda bem que fui para a Assembleia da República para compreender aquela Casa e os seus habitantes.
Quando resolvi sair, por muta insistência que, o saudoso Deputado Dr. Menéres Pimentel fizesse, para eu ingressar no seu Partido e me enumerasse as enrmes vantagens que teria em continuar Deputado, recusei, porque aquela linha não servia o povo.
Várias vezes, Freitas do Amaral, me admosteara pela maneira agressiva como reagia às palavras ou atitudes dos outros Deputados, dizendo diretamente a Álvaro Cunhal que ele era igual ao Al Capone ou levando a que o Presidente da Assembleia da República, Teófilo Carvalho dos Santos fechasse uma das sessões. Respondi-lhe que fazia bem. A Casa não servia o povo.
Em 1962 tinha publicado, o meu segundo livro “Tu cá, tu lá”., penso que ainda está na Internet.
A minha obsessiva ideia estava lá, desde a primeira linha, “A audiência tinha Terminado...Manuel Barbas fora condenado...”
Os ignorantes e os publicistas do que não sabem e todos aqueles que queriam que Salazar fosse um Ditador, espalharam que eu seria preso. Não fui.
Os livros só iam à censura se o escritor ou o Editor o lá levasse. Os livros portugueses não eram censurados.
Já expliquei isso em outros blogues, mas como a Censura é que chama a atenção, os espertos continuam a usar o maná, a manha e o descaramento.
Eu, que nunca escreveria livros, comecei a escrevê-los porque a Censura dos jornais me cortava os artigos. Acabei por saber que os livros portugueses não eram censurados, a menos que alguém, se sentisse ofendido, ou prejudicado e fizesse queixa na Procuradoria Geral da República.
Isto tudo vem a propósito porque acabei mesmo de chegar a pobre, quando não esperava nada que tal acontecesse. A história só me diz respeito.
Compreendi como podem evitar a pobreza. Vamos ver se ainda estou a tempo de indicar a maneira de todos viverem felizes, num mundo em que há muitos mais que alimentam as guerras em vez de pensar no bem-estar dos povos.
Coloque a máscara. Evite as greves que confundam e aumentem a fome, a doença e o desespero das pessoas.
Utilize a inteligência. Saiba pressionar o Governo. Há muitas maneiras de o fazer.
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