Quanto mais aprendemos mais vivemos, porque mais queremos aprender.
O estudo, o saber, o conhecimento alarga a vida. Queremos compreender, principalmente, os erros que antes cometemos sem nunca os ter querido cometer. E, se ainda os pudermos emendar, melhor.
A vida, a partir dos oitenta começa a cansar. Só se aguenta se tivermos interesses que nos motivem a viver.
É por esse motivo que os professores são fundamentais. Não o professor que só saiba a matéria que ensina. O professor tem de ser eclético, ensinar o que está no programa, mas conhecer da vida tudo quanto nela pulsa e, quando o programa encaixa em algo sobre a vivência humana, falar no assunto. Discutir essa matéria.
Vitorino Nemésio era especialista em começar a falar de Literatura e acabar a falar das festas da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, mais para falar dos adereços que as raparigas levavam pendurados ao pescoço e discutir qual era o verdadeiro significado: vaidade? Ou incitamento ao trabalho no campo?
Os professores são essenciais para os alunos não se perderem nas conversas dos colegas, que sabem tanto como eles, mas pensam que a vida é uma coisa e ela é outra bem diferente.
A vida tem de ser explicada de maneira natural e com exemplos concretos.
As igrejas, antes de existirem os psicólogos, eram as grandes conselheiras. Faziam o que queriam e entendiam dos crentes. Há dias li um texto dos arquivos Russos, sobre Ribeiro Sanches, médico na Corte Russa no século XVIII Aí ele afirma que Portugal, era uma colónia do Vaticano; penso que devido às grandes somas que os reis para lá enviavam.
O engenheiro Álvaro Roquette, Diretor Geral do Turismo no SNI, tinha uma admiração ilimitada pelo médico Ribeiro Sanches que tinha nascido na minha Terra. Um dia em que ele me mostrava o relambório dos Ordenados e me dizia que eu ganhava mais que ele, sendo eu um miúdo, de vinte e poucos anos. Mas antes tinha falado nas capacidades do médico. Eu, com cara de sonso, não resisti a dizer-lhe: senhor engenheiro, na minha terra só há duas pessoas inteligentes: uma é o Dr. Ribeiro Sanches e a outra a minha modéstia não me permite dizer quem é.
Álvaro Roquette desatou a rir e diz: para acalmares vais acompanhar durante dez dias à torreira Alentejana, no Ribatejo e na Beira, o célebre fotógrafo americano J. Gerald Hooper, que recebe mais do que eu e tu juntos. Assim justificas as graças e o dinheiro.
Eu adorava aquele trabalho. Saí do SNI escrevendo barbaridades ao pedir a minha exoneração que o Dr. Moreira Baptista, não queria dar, ameaçando que me demitia e nunca mais seria funcionário público. Não demitiu, Só não conto o episódio, porque já o escrevi a propósito de outro assunto.
Se o regime anterior fosse uma Ditadura isso não seria possível.
Só é enganado quem não estuda, não aprende e...não vive muito tempo para pensar em todos os episódios porque passou, à procura de descobrir porque se vive tanto tempo.
Quando chegar aos 77 anos comece a recordar os tempos passados sem acrimónia. Vai ver que a vontade de aprender e estudar lhe ajuda a resolver os outros problemas.
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C.S
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