Ao ler Francisco Ferreira da Silva no “Diário Económico” de ontem e ao meditar na sua consternação: “Portugal continua a ter um défice de dirigentes preparados e esclarecidos que ponham os interesses do país acima dos seus próprios interesses ou dos grupos onde se inserem. É a falta de elites dirigentes de que há muito se fala”, não resisto ao reparo.
Nunca Portugal teve falta de dirigentes preparados e esclarecidos desde os tempos do Dr. Oliveira Salazar. Mas este contou com verdadeiros portugueses que puseram a ideologia de parte e os seus interesses pessoais. Ganhavam ridicularias, de que o Primeiro-Ministro era o exemplo e nunca reclamaram mais porque o País necessitava da solidariedade de todos para levantar Portugal do caos e da miséria em que a Primeira República o tinha deixado.
Com Marcello Caetano também não faltavam dirigentes preparados e esclarecidos, mas que não largaram os seus interesses para servir Portugal.
Numa carta que me dirigiu em II.XI.78 e que publiquei num livro sobre Intervenções Parlamentares, que está esgotado, mas pode ser lido em www.cunhasimoes.net e clicar em intervenções, Marcello Caetano é claro “recusa de colaboração de Adversários ou de reticentes, egoísmo dos capitalistas…” O interesse sobrepôs-se logo que o País ganhou pujança. Um emprego em qualquer empresa valia seis ou sete vezes mais do que ser Ministro, sem outro tempo e outro pensamento que não fosse para os assuntos de Estado.
Com o 25 de Abril aconteceu e está a acontecer pior, a quantidade de pessoas preparadas e esclarecidas é muito maior, mas os interesses tanto dos esquerdistas como dos direitistas, com raras exceções, foi sempre o interesse de cada um.
Em 2005 publiquei o livro “ Portugal, um país ingovernável” que está esgotado, onde saliento um dos homens mais inteligentes que conheci.Ele preferiu fazer subir o Soares, escrever leis e ter outros interesses do que defender realmente Portugal. Este é um caso, mas se fosse obrigado a dizer todos quantos conheço, assinalaria uns bons quarenta, da Esquerda e da Direita, cujo interesse se sobrepôs ao melhor que podiam ter feito por Portugal.
Nesta pepineira em que Portugal está envolvido, no momento em que um inteligente amotina uma chusma de imprudentes é difícil estar sossegado e confiante. É Portugal que está em jogo. Até já imaginei uma lista de gente confiável que em união pudesse tomar conta do País.
Como a Constituição está feita para impedir tudo, só me resta lembrar aos ambiciosos e aos gananciosos, apressados em meter as mãos nos cofres cheios da dívida, que filhos, netos e trinetos têm para pagar, que o pecúlio que cada um abocanha neste mundo não serve para nada.
Entrámos, no mundo, nus, viemos comprar um fatito e não levamos nada do que entesourámos à custa das dificuldades de milhares de vítimas das ambições de incoerentes que prometem o que sabem que não podem dar, porque não existe.
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C.S
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